Festival serrote promove debates sobre fascismo, racismo e intolerância religiosa

O evento acontece nos dias 13 e 14 de março no IMS Paulista. A programação inclui conversas com nomes como Jason Stanley e Nikole Hannah-Jones, além da apresentação serrote ao vivo

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Reprodução/Facebook

Nos dias 13 e 14 de março (sexta e sábado), o IMS Paulista recebe a terceira edição do Festival serrote, organizado pela revista de ensaios do Instituto Moreira Salles. O evento reunirá escritores, pesquisadores, jornalistas e artistas para apresentações e debates sobre política, cultura e sociedade. Na ocasião, também será lançada a 34ª edição da serrote. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

 

Entre os debatedores, estão convidados como Jason Stanley, autor de Como funciona o fascismo e professor no Departamento de Filosofia de Yale, Nikole Hannah-Jones, jornalista do The New York Times especializada em questões raciais, a escritora Ana Maria Gonçalves e o historiador Luiz Antonio Simas, entre outros.

 

A programação começa no dia 13 (sexta-feira), às 20h, com a serrote ao vivo. A apresentação unirá leituras, música ao vivo e projeções. A ideia é recriar no palco a experiência de leitura da revista. Esta edição contará com a participação do artista Antonio Obá, do historiador Luiz Antonio Simas, da pesquisadora Juliana Borges, da poeta Stephanie Borges, do jornalista Guilherme Freitas, da revista serrote, e do artista visual Rony Maltz, da revista ZUM. Tudo isso acompanhado ao vivo pela banda Hurtmold

 

No dia 14 (sábado), o evento promove três debates. Às 15h, o pastor evangélico Henrique Vieira, autor do livro O amor como revolução, conversa com o historiador Luiz Antonio Simas, especializado em culturas populares e autor de O corpo encantado das ruas e Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas, entre outros títulos. Os dois discutirão o lugar da fé na vida pública, em meio ao avanço da perseguição contra religiões de matriz africana no Brasil. A mesa será mediada por Stephanie Borges.

 

Em seguida, às 17h, haverá um debate com o filósofo americano Jason Stanley, uma das principais vozes no debate sobre a ascensão global da extrema direita. Autor de ensaio publicado na serrote #34, “A política do amigo e do inimigo”, Stanley conversará com o sociólogo Celso Rocha de Barros, colunista da Folha de S.Paulo, sobre as ameaças que rondam a democracia no cenário contemporâneo. A fala será mediada pelo jornalista Fernando Barros e Silva.

 

Às 19h, a última mesa reúne a jornalista americana Nikole Hannah-Jones e a escritora Ana Maria Gonçalves, autora de Um defeito de cor, um dos principais romances brasileiros sobre a escravidão. Jones coordenou o Projeto 1619, edição especial da The New York Times Magazine dedicada a discutir os legados da escravidão na cultura e na vida pública dos EUA. A serrote #34 publica um ensaio de Jones, “As raízes negras da liberdade”, parte do projeto lançado em agosto de 2019 para marcar os 400 anos da chegada dos primeiros africanos escravizados ao território americano. Com mediação da jornalista Flávia Oliveira, as duas discutirão os impactos da escravidão na história dos seus respectivos países. 

 

Serviço – Festival serrote

13 e 14 de março

Cineteatro

145 lugares

Entrada gratuita, com distribuição de senhas.

 

Para o dia 13 de março, sexta | Distribuição de senhas 60 minutos antes do evento, com limite de 1 senha por pessoa.

 

Para o dia 14 de março, sábado | Distribuição de senhas para qualquer uma das mesas a partir das 10h. Limite de 1 senha por mesa para cada pessoa. 

 

IMS Paulista

Avenida Paulista, 2424

São Paulo

Tel.: 11 2842-9120

[email protected]

 

Horário de funcionamento: de terça a domingo e feriados (exceto segunda), das 10h às 20h. Nas quintas, até as 22h.

 

 

Programação completa

 

13 de março (sexta-feira)

 

20h | serrote ao vivo – Apresentação com Antonio Obá, Guilherme Freitas, Hurtmold, Juliana Borges, Luiz Antonio Simas, Rony Maltz e Stephanie Borges.

 

14 de março (sábado)

 

15h | Contra a intolerância religiosa – Debate com Henrique Vieira e Luiz Antonio Simas. Mediação: Stephanie Borges.

 

17h | Fascismo e antifascismo – Debate com Celso Rocha de Barros e Jason Stanley. Mediação: Fernando Barros e Silva.

 

19h | Histórias negras – Debate com Ana Maria Gonçalves e Nikole Hannah-Jones. Mediação: Flávia Oliveira.

 

Sobre os participantes

 

Antonio Obá (Ceilândia/DF, 1983) é artista plástico e autor de performances, pinturas, instalações e esculturas que investigam a religiosidade, o corpo, a memória e as relações raciais no Brasil.

 

Celso Rocha de Barros é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford e colunista da Folha de S.Paulo

 

Fernando Barros e Silva é repórter da revista piauí, da qual foi diretor de redação, e apresentador do podcast Foro de Teresina.

 

Flávia Oliveira (Rio de Janeiro, 1969) é jornalista, colunista do jornal O Globo e comentarista na Globo News e na Rádio CBN.

 

Guilherme Freitas (Rio de Janeiro, 1983) é editor-assistente da revista serrote e professor no curso de Jornalismo da ESPM Rio.

 

Henrique Vieira (Niterói/RJ, 1987) é pastor da Igreja Batista do Caminho, ator e escritor. Foi vereador e é autor do livro O amor como revolução (Objetiva, 2019), adaptado para o teatro.

 

Jason Stanley (Syracuse/EUA, 1969) é professor no Departamento de Filosofia de Yale. Especializado em filosofia da linguagem e epistemologia, vem estudando as formas de propaganda política e a ascensão da extrema direita nos EUA e no mundo. É autor de How Propaganda Works (2015) e Como funciona o fascismo – A política do “nós” e “eles” (L&PM, 2018).

 

Juliana Borges (São Paulo, 1982) é escritora e pesquisadora em estudos da violência. É consultora do Núcleo de Enfrentamento, Monitoramento e Memória de Combate à Violência da OAB-SP e conselheira da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. É autora de Encarceramento em massa (Pólen, 2019), livro publicado na Coleção Feminismos Plurais.

 

Luiz Antonio Simas (Rio de Janeiro, 1967) é um historiador que se dedica, sobretudo, às culturas populares do Brasil. É autor de, entre outros livros, O corpo encantado das ruas (Civilização Brasileira, 2019), Dicionário de história social do samba (José Olympio, 2015), com Nei Lopes, e Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas, com Luiz Rufino (Mórula, 2018).

 

Nikole Hannah-Jones (Waterloo/EUA, 1976) é jornalista da The New York Times Magazine. Bolsista da MacArthur Foundation em 2017, coordenou, em 2019, o 1619 Project, conjunto de ensaios que discute as heranças da escravidão na cultura e na vida pública americana, tomando como marco o ano em que, há quatro séculos, chegaram ao país os primeiros escravizados. 

 

Rony Maltz (Rio de Janeiro, 1983) é artista visual, professor e editor-assistente da revista ZUM. Mestre em fotografia pelo ICP-Bard College, é criador do selo {Lp} press, especializado na edição e produção de livros de fotografias.

 

Stephanie Borges (Rio de Janeiro, 1984) é poeta e tradutora. É autora do livro Talvez precisemos de um nome para isso (Cepe, 2019) e já traduziu obras de Audre Lorde, bell hooks e Claudia Rankine, entre outras. 

 

 

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