Questionado sobre a importância da discussão do racismo no futebol, o treinador Luiz Felipe Scolari, deixou claro que o melhor caminho é ignorar as pessoas que praticam atos preconceituosos no esporte.”Deixem esse assunto para lá, daqui a pouco todos esquecem e estas pessoas voltam para o cantinho delas”, completou.
Januário Garcia, ativista negro e lutador contra o racismo há mais de 40 anos, comentou indignado com o “fairplay” de Filipão em relação ao racismo nos estádios:
“A COISA TÁ PRETA, QUE JUDIAÇÃO, são expressões racistas ditas diariamente que atingem negros e judeus. O racismo no Brasil é explicito contra negros e judeus, como pode o técnico da seleção brasileira se expressar dessa forma como se isso fosse uma coisa menor, ” Não deveríamos nem debater isso. Não adianta punir, a solução é ignorar deixem esse assunto para lá, daqui a pouco todos esquecem e estas pessoas voltam para o cantinho delas”. Há anos negros lutam para que a escravidão seja um crime de lesa humanidade, e o judeus a cada dia reafirmam a tragédia do holocausto crimes cometidos exatamente por causa do racismo, chega Felipão e pede para deixar pra lá.”
Hoje me baixou o astral completamente quando meu amigo Januário Garcia me mandou pelo Facebook, este comentário do Filipãop. Estou até com dor de cabeça.
Filipão nos revelou finalmente, como funciona a máquina racista de aniquilamento da consciência de homem livres, perpetrada contra os negros jogadores de futebol do Brasil.
Nunca tive em minha vida esta sensação de impotência em minha luta contra o racismo e pela educação de todo o povo brasileiro para eliminar este sistema, que eliminou os povos indígenas quase à extinção, sequestrou, escravizou povos negros e nos mantém a todos hoje em cheque e segregados.
Sempre acreditei que um dia iria ajudar a sociedade branca brasileira, a compreender que cada negro ou indígena discriminado, impedido de entrar em algum lugar ou eliminado é uma perda para a humanidade de cada branco do Brasil. Isto conta do branco mais pobre ao branco mais rico do país.
Cada Indígena ou Negro que tenha possibilidade de exercer a sua liberdade e tenha acesso a um mínimo de base econômica para mantê-la, carrega nas costas para o progresso, pelo menos 5 brancos.
Tanto faz nas favelas, nas restingas ou nos entornos das aldeias, cada índio ou negro que produza a sua cultura enriquece o país, mas, da simples chefia de bloco carnavalesco de lata até a chefia da Funai, quem leva o ouro e os louros são os brancos.
Nos discriminar é matar a galinha dos ovos de ouro!
Hoje de tarde me baixou o astral total, quando juntei no meu pensamento o que o Filipão falou sobre o racismo e sobre como se deu nos últimos 50 anos a destruição da consciência de si e do racismo em volta, que os jogadores como o Tinga o Pelé, manifestam ou deixam de manifestar no Brasil.
A Escola em que o Filipão aperfeiçoou a sua forma de deixar prá lá o racismo tem sistema, vem de longe. Para pessoas assim, quem joga e trás uma dinheirama desgramada, os jogadores negros não passam de “macaquinhos” de circo que podem ser humilhados, ofendidos e cuspidos, pois ao fim da apresentação trazem os bonés cheios de moedas. São escravizados de luxo na sociedade racista moderna.
Não me lembro de Técnicos de Seleção Brasileira que fossem negros, só tem “bonna” gente que acha que racismo é moda passageira.