Gel com retroviral reduz contágio de VIH

Por:Edgar Nascimento com agências

“Pela primeira vez, os investigadores têm a prova de que os anti-retrovirais aplicados na superfície da mucosa vaginal podem oferecer uma protecção contra o VIH/sida”. A frase, de Zeda Rosenberg, da Associação Internacional para os Microbicidas, espelha a esperança transmitida ontem por cientistas sul-africanos, que apresentaram os resultados de uma investigação que abrangeu 898 mulheres entre os 18 e os 40 anos.


O estudo, divulgado na Conferência Internacional sobre VIH/Sida, que decorre em Viena (Áustria), e publicado na revista ‘Science’, conclui que a utilização de um gel vaginal com uma pequena percentagem do anti-retroviral tenofovir pode reduzir em 54 por cento o risco de contaminação com o vírus da sida entre mulheres com parceiros infectados.

 

De acordo com a médica Maria João Campos, o gel microbicida pode ser um método de prevenção “eficaz”, atendendo a que, pela primeira vez, foi testado com sucesso com um medicamento activo contra o VIH. No entanto, terão de ser feitos mais testes para se comprovarem os resultados, antes de ser efectuado o pedido de comercialização.

 

TRATAMENTO NAS GRÁVIDAS AJUDA A EVITAR TRANSMISSÃO

O tratamento contra o vírus da sida iniciado cedo nas grávidas e continuado durante a amamentação pode reduzir em cinco por cento o risco de transmissão da doença entre mãe e filho, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. A OMS pretende promover o uso de anti-retrovirais na gravidez, a partir das 14 semanas de gestação. Em 2008, cerca de 1,4 milhões de mulheres com VIH em países em vias de desenvolvimento tiveram filhos, originando 430 mil infecções entre os bebés nascidos. Na conferência que decorre em Viena, o ministro sul-africano da Saúde, Aaron Motsoaledi, anunciou que quer submeter 30 por cento da população a testes de sida e que ele próprio e o presidente sul-africano, Jacob Zuma, já realizaram testes.

 

CIRCUNCISÃO É METODO QUE REDUZ INFECÇÃO

A circuncisão reduz em 60 por cento o risco de infecção com o vírus da sida, sendo recomendada pela Organização Mundial da Saúde em vários países africanos. No entanto, a OMS reconhece que este método não é uma “varinha mágica”. Em 2008, a organização Population Services International circuncidou 60 mil homens em vários países, como o Quénia, Suazilândia e Zimbabwe. Investigações com seis mil homens demonstraram que a intervenção reduziu o risco de infecção com o VIH, apesar de as mulheres continuarem com o mesmo risco de infecção se mantiverem relações sexuais desprotegidas com circuncidados. O fundador da Microsoft, Bill Gates, que financia uma campanha de circuncisão em África, disse que “o custo de não fazer nada é muito superior ao dos programas de circuncisão”.

 

 

Fonte: CmJornal

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