Hoje na História, 1960, Benin comemora 51 anos de independência

A República do Benin comemora hoje, 1 de Agosto, o quinquagésimo primeiro aniversário da ascensão da sua independência, em 1960, do regime colonial francês.

O território onde o Benin se situa era ocupado no período pré-colonial por pequenas monarquias tribais, das quais a mais poderosa foi a do reinado Fon de Daomé.

A partir do século XVII, os portugueses estabelecem entrepostos no litoral, conhecido então como Costa dos Escravos. Os negros capturados eram vendidos no Brasil e no Caribe.

No século XIX, a França, em campanha para abolir o comércio de escravos, entra em guerra com reinos locais. Em 1892, o reinado Fon é subjugado e o país torna-se protetorado francês, com o nome de Daomé.

No tratado franco-alemão de 1897 e no anglo-francês de 1898 ficaram fixos os limites definitivos da colónia. Em 1904 integra-se na África Ocidental Francesa. O actual país é o resultado artificial da expansão colonial francesa que uniu os antigos reinos do povo Fon (Daomé e Porto Novo) com numerosos povos do interior, formando a colónia de Dahomey (Daomé).

Antiga colónia francesa, o país alcançou a independência com o nome de República de Daomé. Em 1975 o país adoptou o actual nome de Benin, em razão de o país ser banhado, a sul, pela Baía de Benin.

Sua capital constitucional é a cidade de Porto-Novo, mas Cotonou é a sede do governo e a maior cidade do país. O país tem 112. 622 km² e uma população de quase 9 milhões de habitantes (2009).

O seu primeiro presidente foi Hubert Maga, que foi destituído três anos depois. A partir de 1963, o país mergulhou numa instabilidade política, com seis sucessivos golpes militares.

Em 1972 um grupo de oficiais subalternos tomou o poder e instituiu um regime esquerdista, liderado pelo major Mathieu Kérékou, que governaria até 1990. Kérékou nacionalizou companhias estrangeiras, estatizou empresas privadas de grande porte e criou programas populares de saúde e educação.

A doutrina oficial do Estado nessa altura foi o marxismo-leninismo, mas a agricultura e o comércio permaneceram em mãos privadas. Em 1975, o país passaria a designar-se República Popular do Benin.

cotonou Benin-cidadeO regime político entra em crise na década de 1980, e o governo recorre a empréstimos estrangeiros. Uma onda de protestos, em 1989, leva Kérékou a promover uma abertura política e económica.

Com a instituição do pluripartidarismo, surgem mais de cinquenta partidos. Nicéphore Soglo, chefe do governo de transição formado em 1990, é eleito presidente em 1991.

Em 5 de Março de 2006 realizaram-se eleições presidenciais consideradas livres e justas. A corrida foi a uma segunda volta, disputada entre Yayi Boni e Adrien Houngbédji. A segunda volta realizou-se em 19 de Março e foi ganha por Boni, que tomou posse em 6 de Abril.

O êxito do sistema multipartidário no Benin foi louvado internacionalmente. O país é considerado como um modelo de democracia em África, mas a sua instituição é ainda muito recente.

O Benin é um dos menores países do continente africano, oito vezes menor que seu vizinho a leste, a Nigéria mas é o dobro que seu vizinho a oeste, o Togo.

A altitude do Benin é quase a mesma para todo o país com uma média de 200 m. A maior parte da população vive nas planícies costeiras do sul, onde se localizam também as maiores cidades, incluindo Porto-Novo e Cotonou. O norte do país consiste principalmente de savana e de terras altas semiáridas.

O clima é quente e húmido, com relativamente pouca chuva anual, se bem que existam duas estações chuvosas de abril a julho.

Segundo o Censo de 2002, 27,1% da população do Beniné católica romana, 24,4% é muçulmana, 17.3% pratica vodun, 5% é celestial cristã, 3,2% metodista, 7,5% segue outras denominações cristãs, 6% outros grupos religiosos tradicionais locais, 1,9% outros grupos religiosos, e 6,5% reivindicam não ter filiação religiosa.

A política realiza-se em um quadro de uma república democrática representativa presidencial, pelo qual o Presidente da República é tanto chefe de Etado como o chefe do Governo, e de um sistema multipartidário. O poder executivo é exercido pelo governo, o poder legislativo é atribuído a ambos governo e Assembleia Legislativa do Benin.

O poder judiciário é independente do executivo e da Assembleia Legislativa. O atual sistema político é derivado da Constituição do Benin de 1990 e da posterior transição para a democracia em 1991.

A economia é pouco desenvolvida e depende da agricultura de subsistência. O cultivo do algodão corresponde a 40% do PIB e aproximadamente 80% do volume de exportação. O país também exporta produtos têxteis, produtos artesanais e cacau.

Os principais produtos agrícolas, cultivados sobretudo para subsistência, são o milho, feijão, arroz, amendoim, caju, abacaxi e mandioca.

O país começou a produzir uma quantidade modesta de petróleo em outubro de 1982. A produção foi cessada em anos recentes devido ao esgotamento das reservas, mas a exploração de locais novos é questão de tempo.

Uma frota modesta de barcos fornece peixes e outros alimentos marinhos para a subsistência local e para exportação, principalmente para a Europa.

As atividades comerciais antes controladas pelo governo foram privatizadas. As empresas de pequeno porte do Benim estão nas mãos de conterrâneos enquanto as de grande porte, em sua maioria, estão nas mãos de estrangeiros, principalmente franceses e libaneses.

O Presidente da República é Thomas Yayi Boni.

Fonte: Angop

+ sobre o tema

Angolano morto a tiro no Brasil, à frente da filha de três anos

Walter Etna Duvall (na foto), angolano residente no Brasil...

Felwine Sarr na luta pela representação de África

Os africanos devem dominar a narrativa sobre si próprios...

África exige da Europa restituição de tesouros roubados

Na França, há entre 4.500 e 6.000 objetos que...

para lembrar

20 personalidades negras pelas quais somos MUITO gratos este ano

Sejamos francos: 2016 foi um dos piores anos da...

Quadrigêmeos são aceitos juntos em Harvard e Yale e em outras universidades

A família Wade, de Ohio, nos Estados Unidos, recebeu uma...

Esther Mahlangu, da tribo sul-africana Ndebele, criou um mural em Évora

Esther Mahlangu, uma sul-africana de 82 anos, pintou um...
spot_imgspot_img

Um Silva do Brasil e das Áfricas: Alberto da Costa e Silva

Durante muito tempo o continente africano foi visto como um vasto território sem história, aquela com H maiúsculo. Ninguém menos do que Hegel afirmou, ainda no...

Artista afro-cubana recria arte Renascentista com negros como figuras principais

Consideremos as famosas pinturas “A Criação de Adão” de Michelangelo, “O Nascimento de Vênus” de Sandro Botticelli ou “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci. Quando...

Com verba cortada, universidades federais não pagarão neste mês bolsas e auxílio que sustenta alunos pobres

Diferentes universidades federais têm anunciado nos últimos dias que, após os cortes realizados pelo governo federal na última sexta-feira, não terão dinheiro para pagar...
-+=