‘Impunidade pode aumentar casos de chacina em São Paulo’, afirma especialista

Mestre em direitos humanos também adverte que há omissão do Ministério Público para investigar envolvimento da PM

Do RBA

São Paulo – “Eu creio que há uma tendência de aumentar os casos de chacinas, pois há impunidade”, avalia o mestre em direitos humanos pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Adilson Paes de Souza, em entrevista na manhã de hoje (5) à Rádio Brasil Atual.

No último sábado (2), quatro pessoas morreram e outra ficou ferida em um ataque num bar na Vila São Rafael, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O assassinato de um cabo da polícia pode ter motivado o crime.

Para o especialista, há padrões nesse tipo de crime. “Sempre que acontece a morte de algum agente ligado à segurança pública, ocorre um número elevado de morte de pessoas. É o que aconteceu no dia 2. Quando li a noticia, já pensei que tinha algum policial morto por perto, porque é o padrão de retaliação. Assim como foi em Osasco, em Manaus, em Fortaleza.”

“Não é de hoje que as chacinas têm um padrão de atuação. As pessoas que praticam os atos repetem o padrão porque nunca vão presas”, conclui.

Adilson afirma que não pode descartar policiais militares como principais suspeitos. “Não tem como deixar de considerar como primeiro suspeito o policial. Aliás, essa é a linha seguida pelo delegado que apura o caso de Guarulhos.”

O mestre em direitos humanos avalia que há uma falta de autocrítica na instituição, o que torna difícil combater essas violações. “Não existe um olhar preventivo no sentido de ver onde estamos errados como instituição, pois continuam tratando esses casos como isolados. Enquanto não houver uma autocrítica, e verificar os reais motivos que fazem um PM desviar sua conduta de forma grave, nada será resolvido.”

Souza também adverte quanto à omissão do Ministério Público. “Uma de suas funções é exercer o controle externo da atividade policial. Se o fizesse de forma efetiva com certeza haveria um outro olhar sobre os atos criminosos e na investigação.”

O especialista afirma que as chacinas criam um círculo vicioso. “Se insiste no erro de combater violência com mais violência. O Estado tem que usar a força, não a violência. O Estado que usa a violência age igual ou pior do que os grupos que atuam à margem da lei.”

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