O jornalista Rafael Marques de Morais, que tem “enfrentado décadas de assédio e processos jurídicos por revelar a corrupção e os abusos de direitos humanos” em Angola, foi distinguido com o prémio 70º Herói Mundial da Liberdade de Imprensa do Instituto Internacional da Imprensa (IPI)
Do Expresso
Foto: TIAGO MIRANDA
O jornalista e ativista angolano Rafael Marques venceu o prémio 70º Herói Mundial da Liberdade de Imprensa (World Press Freedom Hero 2018) , anunciou esta terça-feira o Instituto Internacional da Imprensa (IPI).
“Apesar da repressão sistemática dos meios independentes em Angola, Rafael Marques tem conseguido – correndo grande risco pessoal – fazer incidir uma luz no abuso de poder ao nível mais elevado com coragem e persistência”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.
O IPI sublinha que Rafael Marques tem “enfrentado décadas de assédio e processos jurídicos por revelar a corrupção e os abusos de direitos humanos” em Angola, em nome da liberdade de imprensa.
Numa nota, Rafael Marques afirmou estar “profundamente honrado e agradecido”, sublinhando que o prémio surge numa altura em que está a ser julgado por denunciar a corrupção. “O Presidente Lourenço afirma estar a lutar contra isso. No entanto, é inadequado receber um prémio internacional por fazer o trabalho básico de expor os males do meu próprio país a fim de corrigi-los para o bem comum”, ironizou.
O jornalista angolano, de 46 anos, começou a carreira no “Jornal de Angola”, detido pelo Estado angolano, passando a escrever depois em vários jornais independentes, antes de criar o site Maka Angola, onde continua a denunciar a corrupção e os abusos ao nível dos direitos humanos no país.
O prémio Herói Mundial da Liberdade de Imprensa destaca anualmente jornalistas que têm contribuído de forma significativa para a promoção da liberdade de imprensa, correndo riscos pessoais. O galardão será entregue numa cerimónia que terá lugar a 22 de junho em Abuja, na Nigéria.