Pelas redes sociais, juristas de diversas áreas comentaram o discurso da presidenta Dilma Rousseff em sua defesa no processo de impeachment no Senado, nesta segunda-feira (29).
Do Vermelho
“Discurso histórico. A história tratará de julgar Michel Temer e seus asseclas. Aliás, o nome de Michel Temer desonra a PUC-SP, símbolo de luta pela democracia, e seu nome deve ser devidamente varrido de sua história”, afirma Rafael Valim, professor da PUC e especialista em Direito Constitucional pela Universidad Castilla-La Mancha, da Espanha.
Para ele, o interino Michel Temer “será sempre, para além de um doutrinador medíocre, um golpista, traidor da Constituição que jurou respeitar”.
O também professor de Direito Constitucional da PUC, Pedro Serrano, afirmou que, se confirmado o impeachment, o pacto da democracia estará rompido.
“Aparte o absurdo jurídico e o grave ataque a democracia que, em meu entender, o impeachment significa, tenho muito receio do que pode nos reservar o futuro. A ausência de consenso social consistente quanto a sua legitimidade e adequação, abre uma ferida histórica. A democracia depende de pactos procedimentais sólidos. O nosso será, definitivamente, rompido hoje”, advertiu Serrano.
E completa: “Espero, sinceramente, que tudo se resolva bem. Mas tenho receio que essa crise política não termine aqui. Aliás, que ela se agrave doravante, em especial se a economia não recuperar e o novo governo insistir em soluções contrarias aos direitos sociais”.
Brenno Tardelli, editor do site Justificando, especializado em questões jurídicas, também classificou o discurso como “histórico”. ”Mulher de fibra… A consciência de quem lutou contra o golpe está limpa”, enfatizou.
O advogado e ativista de direitos humanos Renan Quinalha destacou: “Mesóclises e ‘português impecável’ ficam no chão com um discurso de quem sente o peso da injustiça, tem a lucidez de quem está do lado certo e ostenta dignidade de sobra para se defender. Depois desse pronunciamento histórico, quem votar a favor desse impeachment no Senado não merece nada além da alcunha de canalha golpista”.