Leandro pede posição da CBF

Fonte: Justiça Desportiva –

Um dos símbolos do bicampeonato brasileiro do São Paulo, o atacante Leandro afirma ter sido vítima de racismo no futebol japonês. O jogador do Verdy Tóquio acusou o zagueiro Arata Sugiyama, do Ventforet Kofu, de tê-lo chamado de macaco durante um amistoso entre as equipes na última quinta feira, dia 23 de julho. Triste e irritado, Leandro pede um posicionamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Leandro explicou com exclusividade para o site Justiçadesportiva.com.br como aconteceu a acusação, e afirmou que essa não é a primeira vez que acontece na Liga Japonesa casos como esse com brasileiros. “Quando o jogo acabou, um jogador do Kofu me xingou, parti para cima dele e deu a maior confusão. Fiz isso porque, há menos de dois meses, outro jogador brasileiro, o Daniel, foi chamado de macaco também e não deu em nada. Por isso, resolvi tentar resolver na força, porque eles, aqui, dizem que são o país número um em fair play, e a realidade é outra”, contou, bastante chateado.

O atacante revelou ainda que não consegue dormir faz dois dias em razão do ocorrido, e que sua família também está muito chateada. O atleta chegou a pedir para ir embora do clube, mas foi convencido pelos dirigentes e pela torcida a ficar. Leandro afirmou que está muito bem adaptado ao Japão e que vive um bom momento no futebol, fatos que o fizeram não voltar para o Brasil agora.

O brasileiro pediu à CBF que tome uma atitude em relação ao racismo que seus atletas vivem em outros continentes. “Espero que a CBF cobre a federação japonesa, porque todos os dias eles falam que aqui tem o futebol mais limpo de todos, um exemplo de fair play, e tentam apagar essas coisas. Todo mundo viu no dia o que ocorreu, saiu em todos os jornais daqui e do mundo. Eles estão sendo muito cobrados, mas não tomam nenhuma atitude. Novamente, estão tentando encobrir e dizer que não existe isso no futebol”, desabafou.

Sugiyama negou ter ofendido o brasileiro, pois não sabe falar português. O motivo alegado foi o mesmo que Maxi Lopez utilizou no mês passado, quando o argentino foi acusado por Elicarlos, do Cruzeiro, que disse ter sido chamado de macaco também. A liga japonesa, J-League, emitiu um comunicado informando que o caso será investigado para esclarecer a situação. O futebol do Japão não é muito conhecido por atos de racismo como os que acontecem por todo o mundo.

Casos de racismo, a exemplo do que ocorreu com alguns jogadores no Brasil, são tipificados pela lei brasileira como injúria, presente no parágrafo terceiro do artigo 140, do nosso Código Penal atual, que prevê um a três anos de reclusão, mais multa para os casos em que a injúria em questão consistir na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia e religião, dentre outros.

Matéria original: Leandro pede posição da CBF

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