Mulheres do Brasil divulga nota de repúdio contra feminicídios no DF

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública,16 mulheres foram vítimas do crime neste ano no DF. Nos mais recentes, duas mulheres foram mortas em Sobradinho

O grupo Mulheres do Brasil, liderado pela empresária Luiza Helena Trajano, publicou, nesta terça-feira (22/6), uma nota de repúdio contra os casos de feminicídio e violência contra as mulheres registrados no Distrito Federal.

Dados do Painel Interativo de Feminicídio, lançado nessa segunda-feira pela Secretaria de Segurança Pública do DF, revelam que 16 mulheres foram vítimas do crime neste ano. Se comparado a seis anos atrás, este número sobe para 125.

No comunicado, publicado nas redes sociais, a organização não governamental sem fins lucrativos destaca a crescente observada nas estatísticas. “Essa violência covarde tem preocupado, não só o Grupo Mulheres do Brasil, mas toda a sociedade brasileira”.

Segundo a entidade, a falta de políticas públicas que “assegurem a transversalidade de gênero e articulem prevenção, promoção e punição” incentivam a reprodução desse tipo de violência.

Casos recentes 

A cidade de Sobradinho registra o maior número de casos, sendo que dois deles ocorreram na semana passada. Na quinta-feira (17/6), a psicóloga Melissa Mazzarello, 41 anos, foi morta por asfixia. Após uma discussão, o marido dela, Leandro de Barros Soares, também de 41 anos, esganou a companheira no banheiro da casa, fugiu do local, mas durante a tarde o autor se entregou à polícia. No domingo (20/6), a cirurgiã-dentista Thaís da Silva Campos, 27, também entrou nas estatísticas quando foi morta a tiros, no início da noite, por seu ex-companheiro, Osmar Sousa de Sousa Silva, 36 anos.

Confira o manifesto na íntegra:

O GRUPO MULHERES DO BRASIL, por meio do seu Núcleo Brasília/DF, organização não governamental sem fins lucrativos, vem a público REPUDIAR os atos de feminicídios e de violência contra mulheres ocorridos em nossa cidade. De janeiro do ano corrente até a presente data, na capital da República, as estatísticas mostram 14 feminicídios, sendo 4 só neste mês de junho.

Muitos fatores contribuem para a reprodução da violência contra mulheres, uma delas é a ausência de políticas públicas que assegurem a transversalidade de gênero e articulem prevenção, promoção e punição. Essa violência covarde tem preocupado, não só o Grupo Mulheres do Brasil, mas toda a sociedade brasileira.

Não podemos fechar os olhos para a naturalização desses terríveis atos, não nos calaremos, enquanto uma mulher sofrer por violência em todas as suas formas, as quais estão, com muita frequência, interrompendo sonhos, deixando sequelas, órfãos, famílias dilaceradas e gerando insegurança, especialmente nas mulheres.

O Grupo Mulheres do Brasil DF, tem atuado com o propósito de estancar esse mal social, e diante dos fatos não poderia ficar alheio à situação que estamos vivenciando. Assim, vem a público REPUDIAR todo e quaisquer ato que venha contribuir para esse vergonhoso aumento dos índices de violência contra mulheres no Distrito Federal e no Brasil.

Espera-se do Poder Público mais ação de enfrentamento, mais políticas públicas, um maior trabalho de conscientização e uma rede de proteção mais fortalecida diante dessa assustadora e triste estatística. Registre-se a nossa solidariedade aos familiares das vítimas.

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