Nota de repúdio a violência policial na Bahia

Presidente da UEE-MT foi vítima de abuso da polícia em atividade cultural estudantil 

por Cristiane Tada no UNE

O presidente da União Estadual dos Estudantes do Mato Grosso (UEE-MT), Vinicius Brasilino, foi vítima de racismo durante uma abordagem policial em uma atividade cultural estudantil. A UNE através de nota manifesta seu repúdio a discriminação racial, ao machismo e contra os abusos da Polícia Militar. Leia na íntegra:

Nota de repúdio à violência policial sofrida pelo estudante Vinicius Brasilino

A União Nacional dos Estudantes (UNE) repudia veementemente o truculento caso de racismo, machismo e abuso de autoridade por parte de quatro policiais militares da Bahia. Recentemente o estudante negro, presidente da UEE do Mato Grosso, junto com mais dois jovens, foram violentamente abordados pela Polícia Militar da Bahia quando estavam em um luau – prática comum entre os jovens soteropolitanos – no Porto da Barra, Salvador, Bahia.

Na ocasião, tratava-se de encontro com cerca de 200 jovens que se divertiam e expressavam sua cultura e arte naquele espaço. No entanto, a PM chegou com violência, agredindo verbal e fisicamente alguns jovens que lá estavam, e Vinicius, ao perceber as agressões e questionar o ocorrido, logo foi agredido também.

O jovem foi levado à delegacia apenas pelo fato de ter recitado uma poesia diante do policial que o abordava, fato esse que fez com que ele interpretasse aquilo como desacato à autoridade.

Uma jovem negra que filmava a ação foi agredida verbalmente como “piranha e vagabunda”, sendo também levada pela PM. Além disso, na viatura, eles também foram atacados com spray de pimenta.

A UNE está atenta aos casos de violência policial e faz um grande enfrentamento aos casos de racismo e machismo como este. A Polícia Militar traz consigo uma cultura racista que trata o negro como suspeito, sendo alvo prioritário da arbitrariedade e revistas policiais. Todos os dias jovens negros são exterminados e encarcerados fruto dessa violência policial. Por isso, a UNE se solidariza com o ocorrido e estará na linha de frente na luta pela desmilitarização das Polícias, contra os autos de resistência e por um novo modelo de segurança pública.

Contra o racismo, nenhum passo atrás!

União Nacional dos Estudantes 

entenda o caso:

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