Prédios “populares” já têm serviços de classe média

Por: MARIANA SALLOWICZ

Condomínios com piscina, churrasqueira, salão de festas, espaço gourmet e até biblioteca. Os imóveis voltados à baixa renda ganharam espaço no mercado imobiliário e estão mais equipados. Os lançamentos em São Paulo custam de R$ 75 mil a R$ 145 mil e ficam em bairros mais afastados do centro -a maioria na zona leste-, têm entre dois e três dormitórios e espaços reduzidos, que variam de 45 m2 a 65 m2.

“As construtoras hoje conseguem fazer empreendimentos [para a baixa renda] com os atrativos do alto padrão”, diz Maurílio Scacchetti, diretor da consultoria HabitCasa, divisão para o segmento econômico da Lopes. Um dos fatores que tornam isso possível é o tamanho dos empreendimentos, com até mil unidades. Assim, o uso da piscina, por exemplo, é mais “coletivo”.

 

Henrique Bianco, presidente da HM Engenharia, que atua no segmento econômico, afirma que os acabamentos são adaptados para viabilizar o custo. A empresa oferece imóveis com valor médio de R$ 95 mil.

 

Além disso, a concorrência entre as construtoras tem contribuído para as melhorias. “Com crédito em alta, a disputa entre as empresas cresceu. Quem apresentar mais diferenciais, leva vantagem”, acrescenta.

 

A construtora Cury, que já atuava nesse segmento, viu os negócios se expandirem com o programa Minha Casa, Minha Vida e passou a se especializar na venda direta ao cliente, que demandou condomínios mais estruturados. “Percebemos que havia muito a fazer, como lazer e segurança”, afirma o presidente, Fábio Cury.

 

Os condomínios, de 600 a 1.000 unidades, têm piscina, quadras, churrasqueiras, salão de jogos e, mais recentemente, bibliotecas. “Montamos salas de estudo, e os moradores doam materiais.”

 

A auxiliar administrativa Glaucia Alves da Silva, 25, comprou um apartamento em um condomínio com biblioteca. “Achei muito interessante. Nunca tinha visto em nenhum outro lugar.”

 

Para viabilizar o custo, as empresas constroem em bairros periféricos, em terrenos mais baratos. O valor médio dos apartamentos da Cury é de R$ 75 mil.

 

Os municípios próximos à capital também concentram os lançamentos, como Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Santo André, Embu, Itapecerica da Serra e Taboão. Com valor médio de R$ 145 mil, a Atua Construtora, selo econômico da Yuny, também tem projetos nessas regiões.

 

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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