Serra volta a subir e abre 9 pontos sobre Dilma

Pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26 de março de 2010 indica que o pré-candidato a presidente José Serra (PSDB) voltou a crescer e atingiu 36% das intenções de voto. Dilma Rousseff (PT) está com 27%. A diferença entre ambos agora é de 9 pontos percentuais.
 
Em fevereiro, segundo o Datafolha, Serra estava 4 pontos à frente de Dilma, com 32% contra 28% da petista.
 
Eis os dados gerais da pesquisa Datafolha e a evolução de cada um dos principais candidatos:
 
Cenário com Ciro Gomes:

 
Cenário sem Ciro Gomes:

 
Vale a pena olhar também a estratificação da pesquisa por regiões do país (quadros a seguir). Nota-se que Serra se segura bem no Sul e no Sudeste, E que Dilma vai bem no Nordeste. É igualmente interessante notar que muitos nanicos já conseguem ter 1% cada no Sudeste (cenário 4) –os nanicos podem ser um fator determinante para que a eleição acabe indo para o segundo turno. Eis os dados:
 
 
 
 
Ainda não está claro qual será o teto de votos para a petista no primeiro turno. Enquanto sua curva de intenção de votos estancou na pesquisa Datafolha estimulada, seu percentual continua a subir de maneira consistente na pesquisa espontânea.

A pesquisa espontânea é aquela na qual o Datafolha pede ao entrevistado que se manifeste sem escolher os nomes em uma lista. Eis a seguir a evolução desse tipo de indicador:
 
 
Também foi registrado pelo Datafolha uma certa estagnação na pesquisa sobre rejeição dos candidatos. Como a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, estão todos empatados. Eis os dados:
 
 
 
Por fim, na simulação de segundo turno, Serra também abre uma vantagem folgada sobre Dilma:
 
 
A pesquisa Datafolha foi registrada sob o número 6617/2010. A coleta de dados se deu nos dias 25 e 26 com 4.158 brasileiros acima de 16 anos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
 
O que pode ser considerado desta pesquisa com os dados aqui apresentados:
 
1) José Serra: demonstra ser um candidato forte, resiliente e infenso em grande parte aos reveses dos últimos meses O tucano está num partido dividido e pouco organizado. No Estado que governa, São Paulo, esteve sob forte bombardeio por causa dos efeitos das chuvas do início do ano. Titubeou várias vezes para se lançar na disputa. Ainda assim, conseguiu se posicionar na largada ainda em primeiro lugar. Vai manter esse desempenho? Não há como saber a resposta, mas Serra demonstra ter forças para ser um candidato competitivo. Não custa lembrar que sua alta agora o coloca apenas no mesmo patamar que já esteve em dezembro passado –não se trata, portanto, de uma tendência constada de alta, mas de uma recolocação do candidato num lugar já frequentado por ele antes.
 
2) Dilma Rousseff: assim como era um exagero de alguns petistas achar que a candidata de Lula estava rumo a uma inexorável vitória no primeiro turno, agora também seria um erro imaginar que a campanha do PT está em crise e estagnada de maneira irreversível. O mais provável é que Dilma tenha esgotado o modelo de subir nas pesquisas apenas por meio da exposição ao lado de Lula (como está analisado no post abaixo, O "X" não aconteceu. Agora, a petista terá de partir para o confronto mais direto com seu adversário direto, Serra, e mostrar ao eleitor o que realmente pretende fazer se for eleita. Qual será o resultado desse eventual confronto? Impossível prever.
 
3) Ciro Gomes e Marina Silva: como não se autocumpriu a profecia dos petistas sobre a alta constante de Dilma Rousseff, o pré-candidato do PSB, Ciro Gomes, ganha uma sobrevida. No patamar dos 10%, Ciro pode continuar a argumentar que sua presença na disputa é útil para levar a eleição para o segundo turno. Ciro só vai se inviabilizar se mais adiante Serra e Dilma polarizarem de maneira mais vigorosa –e então Ciro cair para um patamar muito inferior a 10%. Já Marina Silva, do PV, continua empacada nos seus 8% e nada indica que esteja em condições de se viabilizar como uma opção real em outubro.
 
4) Nanicos: o Datafolha pesquisou os candidatos de partidos pequenos pela primeira vez (aqui, um post sobre quem são eles e o quais dizem ser suas propostas). Como é comum nessa fase da campanha, os nanicos têm quase sempre traço. Só Mário de Oliveira (PT do B) pontuou para marcar 1% na soma geral (embora vários tenham 1% regionalmente, como mostrado nos quadros acima dentro deste post). Mesmo que o teste com os nanicos possa parecer inútil, não é. Essa é uma realidade a ser considerada. Só as pesquisas que apresentam todos os nomes dos pré-candidatos podem se aproximar daquilo que é a expressão real das intenções de voto.
Fonte: UOL

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