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    Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras lança agenda #MarçoDeLutas contra o racismo e o patriarcado

    Ceam/GDF

    Distrito Federal: Secretaria da Mulher mantém atendimentos durante lockdown; confira serviços

    Getty Images

    Motoristas argentinos terão de fazer curso sobre igualdade de gênero para ter habilitação

    Cartas de mulheres assírias encontradas em escavações revelam sua atuação nas redes de comércio da época (Foto: VANESSA TUBIANA-BRUN)

    As mulheres que chefiavam ‘empresas’ há 4 mil anos

    As mulheres usam a mandioca tradicionalmente para cozinhar e sabem prepará-la de várias maneiras.(Foto: TANIA LIEUW-A-SOE/CEDIDAS)

    As mulheres que cultivam mandioca no Suriname para vendê-la nos Países Baixos

    Getty Images

    Pesquisa mostra que, apesar de homens morrerem mais, as mulheres são mais impactadas no dia a dia da pandemia

    Anielle Franco (Foto: Bléia Campos)

    Março por Marielle e Anderson

    A arquiteta e urbanista Tainá de Paula (Foto: Fernanda Dias)

    O que as mulheres têm a ver com o Plano Diretor?

    Mulher vítima de agressões fez um "X" na mão para pedir ajuda — Foto: Arquivo Pessoal

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      Pela afirmação da vida, pela liberdade e contra a brutalidade policial

      Foto: Pedro Kirilos/Riotur

      O Rio de janeiro continua… segregacionista

      Ashanti: nossa pretinha/Malê Mirim

      Literatura infantil para incentivar a autoestima em crianças negras

      Imagem: Frazer Harrison/Getty Images

      Globo de Ouro 2021: atores lamentam ausência de negros entre jurados

      O coletivo Lótus Feminismo é provavelmente um dos primeiros grupos a discutir feminismo asiático no Brasil (Foto: Reprodução/Instagram)

      Feminismo asiático: mulheres amarelas lutam contra a erotização e o racismo 

      Christian Ribeiro (Foto: Arquivo Pessoal)

      (Para que o absurdo não se torne razão) As vezes é necessário se falar o óbvio: RACISMO REVERSO NÃO EXISTE!

      "Justiça para Daniel Prude": protesto em Rochester em setembro de 2020 (Foto: Reuters/ L. DeDario)

      EUA: agentes que asfixiaram homem negro nem serão julgados

      Neca Setubal Imagem: Sergio Lima/Folhapress

      A inaceitável desvinculação do investimento em educação e saúde

      Zilda Maria de Paula (à esq.), líder das mães de Osasco e Barueri, conversa com Josiane Amaral, filha da vítima Joseval Silva Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

      Defesa de réus de chacina tenta desacreditar mães de vítimas, diz defensora

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      Maíra Vida: Advogada, Professora, Conselheira Estadual da OAB BA e Presidenta da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa (Foto: Angelino de Jesus)

      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

      Foto: Deldebbio

      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

      Imagem: Geledes

      Racismo Estrutural – Banco é condenado a indenizar cliente por discriminação racial

      GettyImagesBank

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        Espetáculo Negra Palavra | Solano Trindade (Foto: Mariama Prieto)

        Identidades negra e indígena são tema do Palco Virtual de cênicas com leituras e espetáculos em construção de teatro e dança

        Beth Belisário (Foto: Divulgação)

        Beth Belisário, do bloco Ilú Obá de Min, abre série especial da coluna Um Certo Alguém em sinergia com a Ocupação Chiquinha Gonzaga

        Imagem 1 – Tear e poesia do fotógrafo Fernando Solidade

        Festival de Imagens Periféricas apresenta a multiplicidade cultural de São Paulo através da fotografia

        As mulheres usam a mandioca tradicionalmente para cozinhar e sabem prepará-la de várias maneiras.(Foto: TANIA LIEUW-A-SOE/CEDIDAS)

        As mulheres que cultivam mandioca no Suriname para vendê-la nos Países Baixos

        A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Quarto de Despejo", em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP). (São Paulo (SP), 09.09.1960. (Foto: Acervo UH/Folhapress)

        Carolina Maria de Jesus ganha título de Doutora Honoris Causa da UFRJ

         Instagram/@teresacristinaoficial/Reprodução

        Teresa Cristina, que já era imensa, saiu ainda maior do programa Roda Viva

        Filipe Nyusi agradeceu ao "povo irmão" da China pelo envio das primeiras vacinas contra a covid-19 Foto: HANNIBAL HANSCHKE

        Covid-19: Moçambique recebe primeiras vacinas da China

        Junior Dantas (Foto: Rodrigo Menezes)

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              Severo D’Acelino e a produção textual afro – brasileira

              24/10/2009
              em Afro-brasileiros e suas lutas
              18 min.

              severo pefil

              Por Rosemere Ferreira da Silva*

               

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              RESUMO:

              O artigo em questão procura discutir, sob o ponto de vista de formação da literatura afro-brasileira, a produção cultural e textual do intelectual Severo D’Acelino na contemporaneidade. De que maneira, os textos de Severo podem ser lidos e relacionados às discussões que envolvem a participação de afro -descendentes na sociedade brasileira? Parte, do perfil biográfico do escritor, foi traçada para que o leitor conheça a sua trajetória de formação intelectual e de intervenções nas atividades culturais em Sergipe. A discussão sobre as atuações do intelectual hoje procura levantar questionamentos, principalmente, sobre: Que papel o intelectual assume na sociedade contemporânea como articulador da cultura? Quais são os dilemas do intelectual na sua política de cultura em relação ao poder hegemônico no Brasil?

               

              Uma leitura crítica da poética de Severo D’Acelino busca relações crítico -literárias com outros escritores da literatura afro-brasileira. E a publicação do jornal Identidades é destacada, com o objetivo de problematizar as discussões em torno das questões sociais, culturais e políticas que envolvem a afro-descendência no Estado.

               

              A produção cultural do escritor Severo D’Acelino em Sergipe está voltada para a discussão da afro-descendência como uma das principais formas de questionamento, na sociedade contemporânea, que envolve a participação direta de afro -descendentes nos mais diferentes setores sociais do Estado. A poesia escrita por D’Acelino bem como os artigos publicados e os projetos educacionais coordenados pelo escritor refletem uma preocupação constante em educar os sergipanos na direção de uma cultura produzida para marcar a importância da literatura afro-brasileira como um lugar de expressão significativo que problematiza as hierarquias sociais construídas, as relações de poder disseminadas socialmente, a formação de identidades, o combate ao preconceito e a discriminação racial e de gênero e ainda, a valorização da auto -estima como principal ponto de partida na luta contra a formulação de estereótipos.

               

              O trabalho de Severo D’Acelino começa em fins da década de 60 do século XX, mais precisamente em 68, no Estado de Sergipe e na Bahia com o seu envolvimento na militância do Movimento Negro e em atividades teatrais, o que acabou rendendo -lhe participações em dois filmes: Chico Rei e Espelho D’Água e no seriado Teresa Batista Suas atividades culturais sempre estiveram ligadas à Casa de Cultura Afro-Sergipana,
              Instituição comprometida com as representações culturais e sociais da afro -descendência no Estado. Durante quase 40 anos de trabalho em torno das questões sociais, políticas e educacionais direcionadas à causa do negro, Severo publicou em 2002, apenas um livro de poemas, Panáfrica África Iya N’la e editou de 2001 a 2002 o jornal Identidades, considerado um dos principais veículos de comunicação pensado para incentivar o intercâmbio de idéias entre a comunidade e o poder público em Sergipe.

               

              O jornal tratava de informar a população sobre um conteúdo, cuja abordagem não observamos nas edições dos jornais convencionais. A leitura da afro -descendência em Sergipe, associada ao cenário das discussões nacionais sobre as populações minoritárias, era mediada pelo trabalho de pesquisadores sergipanos e de outros estados do país. O Identidades constituía, desta forma, um fórum riquíssimo de debates entre
              intelectuais, população e alguns segmentos de poder no Estado. Em 2004, Severo D’Acelino coordenou o projeto “João Mulungu vai às Escolas”, com auxílio da Lei 10.639, destinado a discutir nas escolas públicas a inserção do afro -descendente na sociedade sergipana, através do exercício da cidadania de uma comunidade, que busca uma articulação de cultura negra fundamentada na discussão da questão étnico -racial, como prioritária no que entendemos como cultura afro -brasileira. Atualmente Severo se dedica a escrever o seu segundo livro de poemas chamado Quelóide.

               

              Pelas pesquisas realizadas em arquivos, através de levantamento de fontes bibliográficas, entrevistas, leituras, empreitadas em bibliotecas, livrarias e principalmente discussões em torno da questão da formação de identidades do afro -descendente em Sergipe, tenho convicção de que só podemos nos referir a uma produção literária, intelectual e cultural voltada para uma inserção e um diálogo com a formação da literatura afro-brasileira em Sergipe, a partir do trabalho realizado por Severo D’Acelino.

              No estudo realizado da historiografia da literat ura sergipana, escrita por Jackson da Silva Lima1, há registro de poetas que contribuíram literariamente apenas por usarem a temática do negro como um elemento de referência. Estes textos foram escritos no século XIX e a forma de abordagem do negro geralme nte se debruçava sobre o lamento, o pranto, a lamúria da escravidão, a escravidão como castigo, a saudade dos negros escravizados de sua terra natal, a exploração da sexualidade da negra escravizada, o ímpeto pela defesa da abolição, marcados à distância p ela observação de um olhar do poeta deste século praticamente externo a toda essa problemática.

               

              Os autores sergipanos citados por Jackson da Silva Lima são: Moniz de Souza, Constantino Gomes, Pedro Calasans, Bittencourt Sampaio, Oliveira Campos, Tobias Barreto, Silvio Romero, Severino Cardoso, Jason Valadão, Alves Machado, Antônio Diniz Barreto e Prado Sampaio. Os textos desses poetas ou estão compilados na História da Literatura Sergipana ou em Os Palmares Zumbi & Outros textos sobre a escravidão . O
              primeiro publicado em dois volumes em 1986 e o segundo em 1995. A história da literatura sergipana não abrange textos contemporâneos. Ou seja, falta a esta história uma leitura mais significativa sobre o modo de representação do afro -descendente sob o ponto de vista de formação de uma identidade cultural.

               

              Não posso falar em literatura afro-brasileira em Sergipe sem antes voltar a estes escritores para mostrar que não houve, ainda que superficialmente, uma continuidade de escrita historiográfica sobre um contex to de abordagem que envolva o negro/ o afro – descendente. Observo que existe um espaço vazio entre os textos desses escritores do século XIX e a literatura afro-brasileira que veio a fortalecer-se no século XX. Não considero que os textos dos autores citado satisfaçam um estudo mais representativo da 1 LIMA, 1996

              “presença” do negro na literatura, como muitos críticos denominam. São escritos concentrados num contexto político, histórico, social e cultural totalmente de desvantagens à leitura do afro-descendente como parte de uma identidade nacional.

              Esses textos são fundamentais para a historiografia literária, mas não atendem a leitura de representações literárias voltadas para o estudo da literatura como produção cultural realizada em Sergipe, cuja abordagem esteja des tinada a discutir questões relativas à preservação da cultura negra no Estado e, ainda a levantar problemas sobre a participação mais direta do afro-descendente no processo sócio-cultural, político e
              econômico, de modo que as diferenças étnico -raciais sejam percebidas como necessárias ao reconhecimento de uma sociedade multicultural.

               

              Já no século XX, identifiquei na literatura sergipana alguns poetas que continuaram a escrever sobre a temática do negro, a exemplo: João Silva Franco (o João Sapateiro) e Santo Souza. A produção literária deles, embora mais crítica e mais de acordo com os questionamentos sociais trazidos pelas representações contemporâneas de afro-descendentes, ainda não abarcam uma leitura que discuta as relações étnico – raciais dentro do processo de formulação da identidade afro-brasileira em Sergipe.

              Para falarmos de literatura afro-brasileira, de suas articulações de sentido com a literatura brasileira, da maneira como alguns conceitos e determinadas leituras foram ressignificadas neste universo de construções e desconstruções da imagem do afro – brasileiro na sociedade contemporânea, é necessário nomearmos as produções culturais e literárias que buscaram na própria polêmica sobre a existência de uma literatura negra dar visibilidade cultural e política a uma comunidade, até então, supostamente representada por alguns discursos legitimados socialmente. A forma como esses discursos eram “autorizados” pelo poder de uma hegemonia cultural branca, fixada em bases ocidentais, excluía toda e qualquer tentativa de manifestações culturais e literárias que tendessem a buscar na nossa herança africana elementos da história e da memória de afro-descendentes ou ainda a trabalhar a própria representação do negro a partir de um contexto de valorização de suas contribuições à nação brasileira.

               

              Da década de 70 do século XX para cá, com a abertura da democracia no Brasil e conseqüentemente com os olhos voltados para um contexto político e cultural mais suscetível a questionamentos, os intelectuais afro -brasileiros buscam no país um espaço de expressão voltado para uma representação de valorização da cultura negra nas discussões sobre cultura, expressões artísticas, comunicação e formação de identidades.

              A dinâmica das trocas culturais2 baseadas na negociação dos contatos culturais entre negros, brancos e índios, traduziriam alterações significativas no processo civilizatório ocidental.

               

              A proposta da intelectualidade negra era de pensar a articulação da cultura negra, na sua forma de comunicação com a literatur a, a partir da revisão historiográfica do ser negro no Brasil. Estabelecer uma problematização mais intensa da participação do afro-descendente na sociedade brasileira dependia da releitura e da desconstrução das antigas representações destes sujeitos soci ais, construídas sob uma forma de poder hegemônico, que sempre excluiu as expressões minoritárias inviabilizando o reconhecimento social, político e cultural da diferença.

               

              Ao assumir a condição de um “enunciador”, o escritor afro -descendente desestabilizou as bases da tradição literária brasileira, acostumada a ver o negro num lugar marcado pela condição inferior, subalterna a ele atribuída. A condição de negro no discurso da enunciação, fez com que o escritor afro -descendente trouxesse para o campo de análise teórica um discurso que problematiza os anseios e angústias de uma coletividade. E que leva o sentimento coletivo a reconhecer a sua total e plena condição de assumir papéis sociais mais definidores do ser negro na sociedade contemporânea, completamente diferente daqueles “naturalizados” pelo discurso colonial.

               

              Foi possível abrir, através da proposta diferenciada dos estudos sobre cultura, mais especificamente a dos Estudos Culturais, um espaço de diálogo entre o que já consideramos literatura afro-brasileira e as produções culturais levantadas mais contemporaneamente em estados  distintos do Brasil. Isso reforça a idéia de que a cultura pode e deve ser entendida a partir das tensões criadas pelo conhecimento, nas suas
              múltiplas influências ideológicas com o saber cultural em processo, como afirma Florentina da Silva Souza:

              Efetivam-se trânsitos e intercâmbios entre os conceitos construídos pelos escritores negros (na verdade pelos movimentos negros) e aqueles gerados pelos estudos e reflexões acadêmicas . Trocas marcadas pelo fato de, mais intensamente a partir dos fins da década de oitenta, crescer o número de afro -descendentes que investem nas pesquisas e estudos sobre cultura, tradição e história afro -brasileira.

               

              Sem assumir qualquer posição essenciali sta, acredito que o fato de disputarmos posição de sujeitos e objetos dos estudos introduz uma outra perspectiva de análise da questão racial no universo acadêmico e enriquece a produção de reflexões e estudos sobre a questão racial no 2 SANTIAGO, 1998, p. 16 Brasil. Por outro lado, penso também que a proliferação de entidades e grupos negros no País nas últimas décadas evidentemente que aliada a outros fatores, muito contribuiu para a inserção do tema na agenda acadêmica e nas discussões políticas.

              Considero literatura afro-brasileira toda produção cultural voltada para a afirmação de uma identidade negra de inclusão, questionamentos políticos, auto -estima, em constante tensão com o legado cultural da literatura instituída sempre em busca de ampliação e renovação de seu campo de saber através dos diálogos com escritores, intelectuais que pensam suas atividades culturais como forma constante de preservação
              cultural afro-brasileira e também de problematização das forças de poder que são exercidas na marcação de políticas que efeti vam a diferença. A releitura das manifestações populares brasileiras se torna fundamental para a revisão do conceito de literário.

               

              É neste contexto que o trabalho do intelectual orgânico 4 Severo D’Acelino começa a ser desenvolvido em Sergipe com o propósit o, segundo ele, de dar visibilidade à cultura negra. Seu trabalho concentra ações diversificadas em torno da afro – descendência. Diferente de outros escritores de sua geração no Estado, Severo se projeta para um campo de saber que movimenta na contemporanei dade não só escritas
              sobre a temática do negro, mas, sobretudo a discussão pela participação direta no âmbito das políticas que inserem afro-descendentes no campo cultural, político e social brasileiro.

               

              Sergipe tem, de acordo com as informações do senso de 2003 realizado pelo IBGE5, um percentual de 68,6 % de afro-descendentes. O município brasileiro com o maior contingente populacional de afro -descendentes é Nossa Senhora das Dores com 3 SOUZA, F. 2005, p. 97-98 4 utilizo o conceito de intelectual orgânico proposto por Gramsci, ou seja, aquele que se coloca a serviço de classes ou empreendimentos para organizar interesses, disputar e obter expansão dos espaços de poder.5

              Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), “os indicadores, elaborados principalmente a partir dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de D omicílios realizada em 2003, estão apresentados em tabelas e gráficos, para o Brasil, grandes regiões e unidades da federação e, para alguns aspectos, também para regiões metropolitanas. A publicação apresenta um glossário com termos e conceitos considerad os relevantes”. Os percentuais de 68,6% (pardos), 27,4% (branca), 3,8% (preta) e 0,2 (amarela ou indígena) foram retirados da tabela 11.1 – População total e sua respectiva distribuição percentual, por cor segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas-2003. O percentual de pardos está sendo lido aqui como o de afro -descendentes. Disponível em:
              http://www.ibge.gov.br/ . Acesso em: 08 de set. de 2005.

              98,7%6, sob o ponto de vista proporcional. As cidades de Monte Alegre, 93,7%, Indiaroba, 89,2% e Pinhão, 89,2% também reúnem uma população significativa neste sentido. No município de Porto da Folha a população “sarará” é interpretada como branca, mesmo apresentando características afro-brasileiras. Gilberto Gil na letra da música Sarará Miolo define o que vem a ser sarará: “como doença de branco, de querer cabelo liso, já tendo cabelo louro, cabelo duro é preciso, que é pra ser você crioulo”. 7 O cabelo duro, na letra da música, é interpretado como uma das marcas identitárias do afro-brasileiro, ao passo que o cabelo liso seria a reprodução de uma marca que não é a sua e, sim aquela
              atribuída por um padrão estabelecido de leitura estética e social branca. Na verdade, pelo percentual total de afro-descendentes no estado de Sergipe, percebemos claramente que as cidades do interior influenciam na leitura da capital como predominantemente branca.

              Incoerente pensar que Aracaju seja uma capital branca.

               

              O percentual de brancos em Sergipe é de 27,4%, de pretos, 3,8% e de cor amarela ou indígena é de 0,2%. Se somarmos os números de pardos, considerados aqui afro -descendentes mais o percentual de pretos, já constatado pelo IBGE, teríamos um total geral de 71,4% de afro -descendentes. Portanto, não deveria haver motivos para que a população de afrodescendentes não seja percebida como um contingente populacional significativo na leitura de afro-descendência no Estado. Acho que a problemática sobre as relações raciais em Sergipe tem suas raízes plantadas principalmente nesta leitura mal feita . Os índices são claros e não deixam dúvidas sobre a caracterização da população quanto à cor. A política governamental do Estado não é uma política voltada para os indicadores sociais desta população. O discurso político em Sergipe fortalece uma identidad e branca, momentânea e que não contribui para que as diferenças raciais sejam seriamente pensadas.6

              Este percentual está baseado em Estudos e Pesquisas/ Nota de Estudos 02/203 – Ranking dos cem (100) maiores municípios negros do Brasil.
              Fonte: Microdados da Amostra de 10% do Censo Demográfico de 2000. Programação: Luiz Marcelo Carvano. Disponível em: http://www.observatórioafrobrasileiro.org.br . Acesso em: 08 de set. de 2005. 6GIL, Gilberto. Sarará Miolo, Intérprete: Gilberto Gil. Realce. Warner Music, p. 1979. Faixa 7.

              Os versos da letra da música de Gilberto Gil ilustram uma definição de “sarará” que está diretamente relacionada com a crítica à rejeição de características que c irculam socialmente como definidoras de um padrão de beleza estética branco. O “sarará” já traz naturalmente a cor dos cabelos loura, o que se aproxima desta construção de padronização criada pela sociedade. Portanto, o “duro” seria enfatizar que o “louro -duro” é a diferença que existe entre o branco louro de cabelo liso e o branco louro de cabelo duro, diferença esta que quando assumida reforça muito mais a identidade afro -brasileira do que uma identidade branca.

               

              O afro-descendente em Sergipe incorpora mais a idéia de ser branco do que a idéia de não-branco. Mesmo a população do interior do Estado é levada pelas condições de inferioridade racial, formação de estereótipos e invisibilidade à política de ações afirmativas, a pensar que um tom de pele mais claro, ou o cabelo forçosamente liso, embora com características fenotípicas negras, seja branca.

              O discurso da brancura é uma forma de esconder os problemas étnico -raciais, para que eles não venham à tona como uma problematização que possa repercutir no que entendemos como diversidade cultural e identidades múltiplas na formação étnica nacional. As pessoas são levadas a mascarar uma idéia de “branqueamento” para tentar com isso evitar a exclusão.

               

              Penso a identidade do afro-descendente em Sergipe como um conceito que opera, como afirma Stuart Hall 8, “sob rasura”. A identidade cultural na contemporaneidade é estudada como identidades. A pluralidade retira do conceito a predominância de uma identidade única no reconhecimento da diferença. O sujeito se percebe socialmente pelo conjunto de identidades que possui e pela não fixidez da construção do conceito de identidade sob uma historicidade em processo. As identidades do afro-descendente na contemporaneidade não podem ser entendidas sem que haja recorrência ao seu passado histórico, como discute Stuart Hall:

              As identidades parecem invocar uma origem que residiria em passado histórico com o qual elas continuariam a manter uma certa  correspondência. Elas têm a ver, entretanto, com a questão da utilização dos recursos da história, da linguagem e da cultura para a produção não daquilo que nós somos, mas daquilo no qual nos tornamos. Têm a ver não tanto com as questões “quem nós somos” ou “de onde viemos”, mas muito mais com as questões “quem nós podemos nos tornar”, “como nós temos sido representados” e “como essa representação afeta a
              forma como nós podemos representar a nós próprios.”9

               

              Não se trata de atribuir culpas pela lentidão do debate racial em Sergipe, apenas pretendo dizer que a representação do afro -descendente deve ser reavaliada e que de uma forma muito clara e objetiva políticas devem ser implementadas para resgatar um pouco da auto-estima e da capacidade de intervenção social do afro – descendente como sujeito que se pensa como tal. Por isso, o nome de Severo D’Acelino e seu trabalho desenvolvido tornam-se importante para o Estado.

              8 HALL, 2005, p. 104

              9 HALL, op cit, p. 108-109

              Severo D’Acelino é o intelectual em Se rgipe que contemporaneamente vem trabalhando com questões relacionadas com a formação de identidades, com o combate aos estereótipos, usados na caracterização da comunidade afro -descendente e denunciando textualmente, seja através de sua poesia ou de artig os, a necessidade de inclusão social desta população, com as atividades direcionadas a projetos de uma
              pedagogia de educação voltada para a reflexão e para o conhecimento de conteúdos específicos da cultura negra nos municípios.

              Os textos de Severo D’Acelino podem ser lidos como uma produção da literatura afro-brasileira porque seu conteúdo literário discute a problemática do ser negro no Brasil. O sujeito negro é colocado em primeiro plano. Neste sentido, falar do cotidiano desta comunidade acaba sendo o f io condutor que direciona a organização de sua escrita, objetivando uma expressão mais definida, do entender -se negro no nosso país.

              As experiências vivenciadas como negro estão traduzidas em cada linha de sua poesia.

              Experiências estas que no passado foram menosprezadas por uma literatura instituída que sempre buscou excluir o afro dos afro -brasileiros. Não estamos tratando aqui de uma temática, como já estamos cansados de ouvir. Estamos ampliando nossos conhecimentos, nossos saberes de uma maneira geral p ara tratar de uma literatura afrobrasileira.

               

              De uma forma de escrever que procura se despir dos moldes ortodoxos da nossa língua portuguesa. A qualidade literária da literatura afro -brasileira não está nas formas rebuscadas de escritas, nas classificações , conceituações e etc, ela está concentrada indiscutivelmente na experiência poética, artística, cultural e política de saberes que representam o qualificativo afro de afro -descendentes e de afrodescendência
              no Brasil.

              No início do livro Panáfrica África Iya N’la Severo D’Acelino cria uma certa expectativa em contar uma história de afro -descendência fragmentada pela dispersão de informações que remetam a construção de uma trajetória de ascendência africana.

              Mesmo sem a recorrência aos documentos, a históri a merece ser contada e remontada com base nos relatos e tradições da ancestralidade africana que vive, embora modificada na diáspora pela aproximação com a cultura ocidental, para que o passado possa ser reinventado no presente, através de uma representaçã o literária que assume a história da cultura afro-brasileira como um legado de informações que fortalece a identidade afro – brasileira.

               

              Na primeira parte do livro, que corresponde ao primeiro manifesto, o sentido de “Panáfrica” é de resistência cultural e p olítica. A resistência da cultura afro -brasileira conseguiu manter as tradições africanas ressignificadas nos rituais do candomblé, nos enredos das escolas de samba e na forma de viver dos quilombolas. “Panáfrica” corresponde à preservação de uma memória p ronta a ser ativada na reconstrução do arquivo cultural e humano, no qual as expectativas do grupo étnico -racial sejam usadas a repercutir uma idéia de cultura voltada para a visibilidade à diferença.

              O poema que abre o primeiro manifesto é “Rito de abertu ra, saudação a Exu”. O poeta escolhe iniciar suas escritas com este texto, talvez porque de acordo com a tradição do candomblé no Brasil o Orixá sempre convocado à abertura dos trabalhos é Exu. Metaforicamente, o Orixá tem a função de abrir toda reflexão d e “Panáfrica”, e como mensageiro indicar o caminho que os textos poéticos irão percorrer na sua forma de abordagem da cultura afro-brasileira em Sergipe.

              (…)
              O que sempre segue

              Na frente e quem primeiro
              É servido, Saravá
              Leva meus rogos e preces
              Ao meu Orixá.
              Minhas preces em cantos
              E prantos do meu povo
              Diasporizando, nesta revisitação
              A memória ancestral
              Para que nosso pranto e cantos
              Sejam a partir de agora
              Canções de regozijo pela revisitação
              Do meu axé10
              (…)

               

              Recorrer à figura de Exu é comum aos es critores afro-brasileiros para explicar na tradição afro-brasileira a presença do Orixá como metáfora de atividade crítica da interpretação. Leda Maria Martins, em A Cena em Sombras, ao explicar o código da duplicidade que instaura o jogo da aparência e da representação, escolhe Exu como um “operador semântico de alteridade africana na sua interseção cultural nos Novos Mundos”. Exu, na leitura de Leda, “é o princípio dinâmico de comunicação e interpretação que se configura como elemento mediador de sentido” .11

              10 D’ACELINO, 2002, p. 74
              11 MARTINS, 1995, p. 56-57

              Já Henry Louis Gates12 associa o Macaco Significador do discurso a Exu, figura segundo Gates, trapaceira na mitologia ioruba. As figuras trapaceiras são “mediadoras” na leitura do autor. Assim como para a maioria dos escritores afro -brasileiros Exu domina o campo das trapaças, das ambigüidades, da inversão, do jogo discursivo, sempre brincando com as palavras e criando imagens, muitas vezes, irônicas do que repete e inverte.

              “Aquele que segue na frente e em primeiro lugar”, assim Exu é definido por D’Acelino. O que segue primeiro é, em consonância com o discurso dos autores citados, o dono da notícia, da comunicação direta do ato de comunicar na representação do significado de “Panáfrica”.

              A poética de Severo D’Acelino é o esboço de uma literatura afro -brasileira escrita para ser conhecida como o início de uma “caligrafia” que pensa o afro – descendente em Sergipe num contexto histórico de representações que enfatizam a necessidade de reconhecimento e visibilidade deste grupo étnico -racial. Tradição africana, cultura popular brasileira, identidade, religiosidade, representações e diferenças
              étnicas, historicidade, intervenções culturais e políticas são alguns dos aspectos que podemos levantar através de sua abordagem literária como forma de problematizar a participação do sergipano, mais especificamente a do afro -sergipano na vida cultural e política de seu Estado.

              É neste contexto do debate político e étnico -racial contemporâneo que analiso a atuação direta do intelectual Severo D’Acelino em Sergipe. Destaco seu trabalho como fundamental para pensarmos o diálogo de sua produção cultural com a de artistas e outros intelectuais da literatura afro-brasileira. Acredito também que a diversidade do trabalho de Severo tenha impacto em todos os setores da opinião pu blica, gerando

              polêmica com o poder hegemônico sergipano. Na efetivação de seu discurso, ele se vale da condição e do papel de intelectual, para criar estratégias de intervenção na política 12 GATES, 1992, p. 206-207 cultural e, na estrutura educacional, buscando uma representação do afro-descendente mais emancipatória, sob o ponto de vista da reconstrução da história e da memória do afro-descendente em Sergipe em consonância com as leituras da literatura contemporânea.

               

              *Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos – Universidade Federal da Bahia
              Centro de Estudos Afro-Orientais

               

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              SOUZA, Eneida Maria de. Crítica Cult. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
              SOUZA, Florentina da Silva. Afro-descendência em Cadernos Negros e Jornal do MNU.
              Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

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              • Ela começa mais um dia pensando o que fazer para dar certo na sua independência financeira. Mulher, descendente de índio (avó paterna era índia, Matilde Ana do Espírito Santo – sobrenome católico, como de costume ao catequizá-los) e Assistente Social, formada há 2 anos e meio mas sem oportunidade de exercer a profissão. Tentando entender como funciona a máquina giratória da vida de uma mulher de meio século… É, isso não se aprende na escola…Isso não se aprende com ninguém…A mulher vai vivendo e aprendendo… Leia o Guest Post de Silene Vasconcelos de Farias em wwww.geledes.org.br
              • Hoje às 17h, as Promotoras Legais Populares- PLPs, realizam uma live para falar sobre ações e desafios durante a pandemia, no canal do YouTube de Geledés Instituto da Mulher Negra.
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              • Para fechar fevereiro, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Bethania Pereira, que nos convida a pensar sobre as camadas de negação da história do Haiti. Confira um trecho do artigo do artigo"O Pioneirismo haitiano nas lutas pela liberdade no Atlântico"."A partir de 1824, o presidente Jean-Pierre Boyer passou a oferecer terras e cidadania para os imigrantes exclusivamente negros, vindos dos Estados Unidos. Ao chegar no Haiti, as pessoas teriam acesso a um lote de terra, ferramentas e, após um ano, receberiam a cidadania haitiana. A fim de fazer seu projeto reconhecido, Boyer enviou Jonathas Granville como seu representante oficial para os Estados Unidos. Lá, Granville pode se reunir com afro-americanos de diferentes locais mas, aparentemente, foi na cidade de Baltimore, onde ele participou de reuniões na African Methodist Episcopal Church – Bethel [Igreja Metodista Episcopal Africana] e pode se encontrar com homens e mulheres negros e negras. Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Haiti #Liberdade #Direitos #SéculoXIX #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
              • #Repost @naosomosalvo • • • • • • A @camaradeputados, o @senadofederal e o @supremotribunalfederal precisam frear a política armamentista da Presidência da República, que coloca em risco nossa segurança e nossa democracia. 72% da população brasileira é contrária à proposta do governo de que é preciso armar a população: precisamos unir nossas forças e vozes contra esses retrocessos! Pressione agora: www.naosomosalvo.com.br As armas que a gente precisa são as que não matam.
              • No próximo sábado, dia 27 de fevereiro, às 17h, as Promotoras Legais Populares- PLPs, realizam uma live para falar sobre ações e desafios durante a pandemia, no canal do YouTube de Geledés Instituto da Mulher Negra.
              • Abdias Nascimento, por Sueli Carneiro “Sempre que penso em Abdias Nascimento o sentimento que me toma é de gratidão aos nossos deuses por sua longa vida e extraordinária história fonte de inspiração de todas as nossas lutas e emblema de nossa força e dignidade. A história política e a reflexão de Abdias Nascimento se inserem no patrimônio político-cultural pan-africanista, repleto de contribuições para a compreensão e superação dos fatores que vêm historicamente subjugando os povos africanos e sua diáspora. Abdias Nascimento é a grande expressão brasileira dessa tradição, que inclui líderes e pensadores da estatura de Marcus Garvey, Aimé Cesaire, Franz Fannon, Cheikh Anta Diop, Léopold Sedar Senghor, Patrice Lumumba, Kwame Nkruman, Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Steve Biko, Angela Davis, Martin Luther King, Malcom X, entre muitos outros. A atualidade e a justeza das análises e das posições defendidas por Abdias Nascimento ao longo de sua vida se manifestam contemporaneamente entre outros exemplo, nos resultados da III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, ocorrida em setembro de 2001, em Durban, África do Sul, que parecem inspiradas em seu livro O Genocídio do Negro Brasileiro (1978) e em suas incontáveis proposições parlamentares.Aprendemos com ele tudo de essencial que há por saber sobre a questão racial no Brasil: a identificar o genocídio do negro, as manhas dos poderes para impedir a escuta de vozes insurgentes; a nos ver como pertencentes a uma comunidade de destino, produtores e herdeiros de um patrimônio cultural construído nos embates da diáspora negra com a supremacia branca em toda parte. Qualquer tema que esteja na agenda nacional sobre a problemática racial no presente já esteve em sua agenda política há décadas atrás, nada lhe escapou. Mas sobretudo o que devemos a ele é a conquista de um pensar negro: uma perspectiva política afrocentrada para o desvelamento e enfrentamento dos desafios para a efetivação de uma cidadania afrodescendente no Brasil, o seu mais generoso legado à nossa luta.” 📷Romulo Arruda
              • #Repost @brazilfound • • • • • • InstaLive Junte-se a nós para uma conversa com Januário Garcia, ícone da história do movimento negro no Brasil, enquanto celebramos o mês da história negra (Black History Month).⁠ ⁠ 📆: Terça-feira, 23 de fevereiro ⁠ ⏱: 18 hs horário de Brasília⁠ 📍: Instagram da BrazilFoundation (@brazilfound)⁠ ⁠ Fotógrafo brasileiro, Januário Garcia há mais de 40 anos vem documentando os aspectos social, político, cultural e econômico das populações negras do Brasil. Formado em Comunicação Visual, passou por prestigiados jornais e grandes agências de publicidade do Rio de Janeiro e é autor das fotos de álbuns icônicos de artistas consagrados. ⁠ ⁠ Januário participa de importantes espaços de memória, arte e cultura do povo negro; é co-fundador do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras, é membro do Conselho Memorial Zumbi e, atualmente, Presidente do Instituto Januário Garcia, um Centro de Memória Contemporâneo de Matrizes Africanas.⁠ ⁠ *⁠ #BrazilFoundation #mêsdahistórianegra #blackhistorymonth #januáriogarcia #brasil @januariogarciaoficial
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              Geledés Instituto da Mulher Negra

              GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira.

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