Um convite especial: vamos à Bienal do Livro da Bahia?

Desde que publiquei meu primeiro livro, o Negra Sou, finalista do Prêmio Jabuti 2020, as minhas lembranças junto às bienais do livro têm ganho um significado ainda mais reluzente. Sempre frequentei a edição do meu estado, Pernambuco, como leitora. Inclusive, recordo bem a primeira vez em que fui a um stand e comprei um livro autografado. 

Nossa, a sensação de que estava conversando diretamente com a autora do livro foi das mais lindas. E hoje, agora como escritora, me orgulho e emociono ao saber que muitas leitoras e leitores têm esse mesmo carinho ao se encontrarem comigo nas palestras, rodas de conversas, lançamentos e sessões de autógrafo nos pavilhões e corredores da Bienal PE.

Por isso eu digo, Bienal do Livro sempre tem uma atmosfera que nos cativa e envolve. E, pela primeira vez, participarei de uma bienal em outro estado, estado esse que há muito desejava conhecer. Nessa terça-feira, 30 de abril, das 15 às 17h, estarei em Salvador, na Bienal da Bahia, no Centro de Convenções do Estado, para uma sessão de autógrafos no stand do Escreva, Garota!. 

Nessa contagem regressiva, eu vou recordando de tantos passos trilhados, e tantos que espero ainda trilhar, nessa minha #vidadeescritora. Já fui para eventos, como palestrante, jornalista, escritora ou empreendedora, em outros estados do país. Mas, sendo essa a primeira bienal fora de Pernambuco, já imagino que será uma nova experiência inesquecível. E gostaria muito de contar com vocês nesse momento.

Sim, essa é a hora do convite. Se você estiver em Salvador nesta segunda-feira, vai ser um prazer te receber na Bienal do Livro. Vai ser um prazer conversar sobre o Negra Sou, o Movendo as Estruturas, o Big Gatilho e o Pandemia, meus quatro livros lançados até então. Vai ser um prazer autografar um exemplar e te desejar olho no olho: boa leitura.

Como escrevi no meu primeiro artigo publicado nesta coluna Negras Que Movem, a publicação do Negra Sou foi a realização de um sonho. Sonho esse erguido sob muitas batalhas, que geraram emocionantes conquistas. Afinal, com ele que foi o meu livro de estreia, me tornei a única mulher e única pessoa a concorrer com uma obra independente na categoria Biografia, Documentário e Reportagem, na edição daquele ano do Prêmio Jabuti, considerado o principal prêmio do livro no Brasil.

Após o lançamento do Negra Sou, vieram outros livros e projetos. Mas sempre com um mesmo propósito: evidenciar nossas histórias, amplificar nossas vozes, lutar pelo mundo que acreditamos e merecemos. Nesses novos capítulos e desdobramentos, idealizei duas iniciativas que também me são muito caras: o Festival Pernambucano de Literatura Negra e o projeto Conhecendo Escritoras Negras de Pernambuco. 

Além disso, produzi também o programa Nossa Voz, uma série de vídeos compartilhada no Instagram em que apresentava boas notícias sobre o universo da negritude. A primeira edição do festival e do Nossa Voz, assim como a publicação de meus livros, ocorreram de forma independente.

Por que fiz isso? Por que agi voluntariamente para realizar projetos com foco na literatura e em boas ações promovidas por ou para pessoas negras? Porque realmente acredito que por meio da educação, da literatura e da cultura podemos plantar sementes que se multiplicarão. Sem esquecer, obviamente, que é dever dos governos e de toda a sociedade buscar um mundo com mais equidade.

Sempre cito Conceição Evaristo e Angela Davis para, enquanto as homenageio e reverencio, dizer que a literatura e o jornalismo são as formas que encontrei para fazer política e movimentar as estruturas. E ficarei muito feliz em receber cada uma das pessoas que leem esse artigo na sessão de autógrafos na Bienal da Bahia. Vai ser um prazer viver mais esse novo momento ao lado de cada um de vocês. Nos vemos lá.

Sobre a autora

Jaqueline Fraga é escritora, jornalista e administradora. Apaixonada pela escrita e pelo poder de transformação que o jornalismo carrega consigo, é autora de quatro livros, incluindo o livro-reportagem “Negra Sou: a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho”, obra finalista do Prêmio Jabuti 2020. Foi eleita uma das jornalistas negras mais admiradas do país. Escreve por profissão, prazer e terapia. Escreve porque respira, respira porque escreve. Pode ser encontrada nas redes sociais nos perfis @jaquefraga_@negrasouoficial.


** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE. 

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