Você sabia que existe diferença entre as palavras índio e indígena?

Quem explica é Daniel Munduruku. Com 45 livros escritos, ele já recebeu diversos prêmios no Brasil e no exterior, entre eles o Prêmio Jabuti

Do EBC

Você sabia que existe diferença entre as palavras índio e indígena? Quem explica essa diferença é o escritor Daniel Munduruku, da etnia Munduruku, que é formado em Filosofia, História e Psicologia, com doutorado em Educação e pós-doutorado em Literatura. Ele acredita que a palavra índio entrou no imaginário no século XVI, que a palavra muda de conotação ao longo da história, e virou apelido. “Um apelido traz sempre um aspecto negativo e reforça algo ruim”, reforça.

Daniel Munduruku explica que a palavra índio também tem uma conotação ideológica muito forte, e faz com que as pessoas liguem a aspectos ruins, como achar que índio é preguiçoso, selvagem, canibal ou atrasado. Por outro lado, ele acredita que “há pessoas que ao falar índio pensa no aspecto positivo romantizado, aquele mais pacífico, bonito, da floresta e inocente”.

De acordo com o filósofo, a palavra tribo também traz uma significação que minimiza a importância das populações indígenas.

leia também: 

Munduruku diz que procura em suas obras alertar as pessoas para o uso correto das palavras, pois é importante dar nome às pessoas. “A nossa identidade é revelada pelo lugar onde nós pertencemos”, alerta.

Entenda mais sobre o assunto nesta entrevista ao programa Cotidiano.

Cotidiano vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 14h, na Rádio Nacional de Brasília, com apresentação da jornalista Luiza Inez Vilela.

+ sobre o tema

Médica Fátima Oliveira deixou legado de uma saúde pública antirracista

É com muito orgulho, que escrevo sobre Dra. Fátima...

O vínculo como estratégia de cuidado

Algumas semanas atrás publicamos um texto aqui que tratava...

Liberdade e responsabilidade em um clique

Patrícia Knebel   Em forma de textos, comentários ou frases de...

Medo vira pretexto para destituir a liberdade e criminalizar pobres

Para advogado, "a violência do Estado é necessária para...

para lembrar

A chance de se implantar a democracia digital

Esgotada a fase das passeatas e manifestações públicas,...

Uma nova alternativa para preservar a fertilidade frente ao câncer de mama

Um estudo revela que a administração de um hormônio...

A marcha dos invisíveis

por Pedro Alexandre Sanches, do Farofafá, com fotos de...
spot_imgspot_img

Centro brasileiro de Justiça Climática lança programa de fellowship exclusivo para jornalistas negros e negras 

O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), organização nacional de destaque na luta por justiça climática e racial, acaba de lançar o Programa de...

Geledés cobra na CSW69 reformas institucionais concretas de distribuição de recursos

Em discurso irrefutável, durante a 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW69), Carolina Almeida, assessora internacional de Geledés – Instituto da...

Em paralelo à CSW, organizações promovem debate sobre como avançar nas políticas de raça e gênero no mundo

Em paralelo à 69ª Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW69), Geledés-Instituto da Mulher Negra e a ONG Akina Mama wa Afrika (AMwA) promoveram...
-+=