“Vovó, fica quieta deixa para lá, é por isso que eu não gosto de ser preto” – Menino de 11 sofre racismo no Recreio dos Bandeirantes

Um menino de 11 anos teria sido vítima de preconceito racial em uma farmácia no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. A aposentada Carmem Maria dos Santos acusa um funcionário de uma Drogaria Pacheco na Avenida das Américas de ter abordado seu neto e perguntado se ele estaria incomodando os clientes, conforme informou a Rádio CBN nesta terça-feira (5). O fato ocorreu menos de um mês após o caso de racismo em uma concessionária da BMW na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste.

De acordo com a aposentada, enquanto ela pagava as compras, um funcionário do estabelecimento se aproximou e colocou as mãos sobre os ombros do menino e perguntou à operadora de caixa, por duas vezes, se o garoto estava incomodando, sem saber que ele estava acompanhando a avó.

Carmem Maria dos Santos acusou o funcionário de racismo e recebeu o apoio de outros clientes que estavam no local. Segundo ela, a criança ficou abalada e chorou muito.

“Ele (o funcionário) colocou a mão no ombro dele (criança) e perguntou se ele estava incomodando. Eu falei: não acredito que você está falando isso com ele. Se fosse branco de olho azul você não estaria falando isso. Agora, porque ele é negro você está falando isso? Meu neto virou para mim disse: vovó, fica quieta (sic), deixa para lá, é por isso que eu não gosto de ser preto”, disse Carmem à CBN.

A família vai registrar queixa contra o funcionário nesta quarta-feira (6). Em nota, a drogaria disse que está em processo de apuração do fato e tomará as medidas necessárias.

Veja abaixo a nota na íntegra:
Com relação ao suposto caso de racismo ocorrido em uma de suas unidades a empresa esclarece que já está em processo de apuração do fato e tomará as medidas necessárias. A companhia reforça que tem como um de seus valores a ética em seus relacionamentos, com responsabilidade comercial e de gestão. O compromisso em atender bem aos seus clientes é validado com o treinamento e monitoramento constantemente de todas as equipes de atendimento na rede para a prestação do melhor serviço.

Racismo em concessionária

Uma ida à concessionária da BMW Autokraft, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na tarde do dia 12 janeiro, deixou o casal Ronald Munk e Priscilla Celeste indignado. Pais de cinco filhos, foram à loja acompanhados do caçula, de 7 anos, que é negro e adotado, em busca de um automóvel novo para família. Enquanto conversavam com o gerente de vendas sobre os carros, dizem ter sido surpreendidos com uma atitude preconceituosa do funcionário quando a criança se aproximou dos três. O BMW Group enviou uma nota ao G1 em que pede desculpas ao casal.

 

Antropóloga disseca caso de racismo na BMW

Fonte: Globo

 

 

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