Morte de dançarino desencadeia protesto em favela do Rio

O Rio de Janeiro foi mais uma vez palco de protestos na noite de terça-feira. As ações violentas começaram depois da morte de um dançarino profissional na favela pavão-Pavãozinho, na região de Copacabana, zona sul do Rio. Os moradores da favela acusam a polícia pelo assassinato.

Grandes avenidas da área turística de Copacabana foram fechadas pela polícia. Manifestantes fizeram barricadas e colocaram fogo em pneus dentro da favela.

O protesto começou após a morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, um dançarino que costumava se apresentar em um programa da TV Globo. Ele teria sido baleado após ser confundido com um traficante de drogas.

Familiares afirmaram suspeitar que a vítima tenha sido agredida antes de ser morta por policiais. A polícia afirmou por meio de nota que os ferimentos de Pereira seriam compatíveis com os de uma queda.

O protesto acontece a menos de dois meses da abertura da Copa do Mundo.

Ao menos um homem morreu durante o protesto. Testemunhas afirmaram que carros foram incendiados e uma base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) teria sido atacada por homens armados.

Segundo órgãos de imprensa locais, um grupo de policiais militares teria sido cercado por criminosos em uma casa dentro da favela. Eles foram resgatados por equipes táticas do Bope, a unidade de elite da polícia militar do Rio.

O corpo de DG foi encontrado na manhã de terça-feira dentro de uma escola municipal no morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio. A mãe, identificada como Maria de Fátima, disse que ele não morava na comunidade e havia ido até lá para visitar a filha.

Em nota divulgada mais cedo, a Polícia Civil informou que a análise do IML mostrou que as escoriações eram “compatíveis com morte ocasionada por queda”. A mãe de DG contestou a versão: “Ele não caiu, ele estava machucado. Tinha marcas de chutes nas costas, nas costelas”.

“[Policiais Militares] bateram nele e quando viram que era um menino da ‘Globo’ tentaram esconder o corpo. Meu filho seria mais um Amarildo se não tivessem visto o corpo dele”, afirmou. A família de Douglas acredita que ele tenha sido espancado por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Regina Casé, apresentadora do programa “Esquenta”, se manifestou através de sua conta do Facebook sobre a morte do dançarino: “Eu estou arrasada e toda a família ‘Esquenta’ está devastada com essa notícia terrível. Uma tristeza imensa me provoca a morte do DG, um garoto alegre, esforçado, com vontade imensa de crescer. O que dizer num momento desses? Lamentar claro essa violência toda que só produz tragédias assim. Que só leva insegurança às populações mais pobres do país”.

Fonte: DCM

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