Virada Feminista cria financiamento coletivo para promover 24 horas de música, dança e resistência feminina

Por Ana Júlia Gennari Do Brasil Post

Imagine 24 horas de shows, peças de teatro, dança, grafite, culinária, debates e oficinas culturais que promovam a cultura feminista, levando informação e entretenimento ao mesmo tempo?

A segunda edição da Virada Feminista vai trazer toda esta programação especial, mas precisa de auxílio financeiro para ser realizada. A meta é conseguir R$ 25 mil.

Para isso, a Fuzarca Feminista, núcleo jovem da Marcha Mundial de Mulheres de São Paulo, e a SOF SempreViva Organização Feminista, que estão organizando a Virada, lançaram uma campanha de financiamento coletivo no Catarse. A arrecadação vai até o dia 16 de agosto.

As 24 horas de cultura feminista em São Paulo já têm tema, data e local idealizados: Nomeada A Resistência que Transforma, a segunda edição da Virada está programada para os dias 3 e 4 de setembro, no Centro Cultural da Juventude, na Zona Norte da capital.

A Virada Feminista pretende reunir mulheres artistas, militantes, estudantes, jovens e interessadas em cultura para fortalecer o feminismo como uma forma de resistência cultural e como um projeto coletivo de transformação social.

No evento do Facebook, que já tem mais de 4 mil pessoas interessadas, as mulheres descrevem a importância de uma Virada Feminista dentro do contexto socioeconômico e político que vivemos:

“A temática do evento aborda o corpo e a cidade como territórios onde essa resistência se concretiza através da luta feminista. No mundo em que vivemos, estar no espaço público pode significar, para as mulheres, possibilidades de serem deslegitimadas, desrespeitadas, assediadas e violentadas. Ao mesmo tempo, ocupar este espaço é uma das mais fortes demonstrações de resistência. Nas ruas, praças, palcos e palanques, as mulheres, inconformadas e persistentes, revelam-se protagonistas da transformação de suas próprias vidas e do mundo.”

Em 2015, o evento teve uma programação recheada de pessoas incríveis como as rappers Yzalú e Luana Hansen, além das cantoras de MPB Nô Stopa e Joana Duah e bandas como Útero Punk e Bloody Mary Una Chica Band.

Além disso, o coletivo “Mulheres da Economia Solidária” realizou oficina de turbantes e, durante a madrugada, outras organizações fizeram oficinas de skate e danças brasileiras.

A Marcha Mundial das Mulheres

A Marcha Mundial das Mulheres nasceu no ano 2000 como uma grande mobilização que reuniu mulheres do mundo todo em uma campanha contra a pobreza e a violência.

A MMM luta cotidianamente para que as mulheres sejam sujeitos ativos na luta pela transformação de suas vidas e na superação das desigualdades.

O movimento está presente em mais de 50 países e em 20 estados brasileiros, com a presença de mulheres urbanas e rurais, trabalhadoras, sindicalistas, estudantes, negras, indígenas, imigrantes, lésbicas e bissexuais.

SERVIÇO
Virada Feminista – A Resistência que Transforma
3 e 4 de setembro (das 17h de sábado às 17h de domingo)
Gratuito e aberto a todos os públicos
Centro Cultural da Juventude – Av. Dep. Emílio Carlos, 3641, Vl Nova Cachoeirinha, São Paulo

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