Presidente da CIDH: “Coronavírus pode ser desculpa para limitar ainda mais os direitos dos mais vulneráveis”

Joel Hernández García, que preside a Comissão da OEA, explica EL PAÍS o teor de resolução aprovada sobre a pandemia na região. “É importante lembrar qual é o catálogo de direitos básicos”, argumenta

Por FELIPE BETIM, do El País

O presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Joel Hernández García.JUAN MANUEL HERRERA / OAS

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução no dia 10 de abril em demonstra preocupação pelo respeito aos direitos mais básicos durante o combate à pandemia de coronavírus no continente americano. “Toda vez que políticas são desenhadas para salvaguardar o direito à saúde da população, essas políticas precisam se basear em uma perspectiva ampla de todo o conjunto dos direitos humanos, partindo do princípio de que são universais e indivisíveis”, explica o jurista Joel García Hernández, membro e presidente da CIDH, em entrevista ao EL PAÍS por telefone. “Essa situação é inédita em muitos sentidos, porque estamos vivendo e colocando o foco nos direitos humanos em condições totalmente extraordinárias e desconhecidas”, acrescenta.

Assim, a resolução de 22 páginas faz 85 recomendações para que os 35 Estados que fazem parte da organização internacional respeitem os Direitos Humanos ao implementar medidas de proteção. As respostas à covid-19 recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) têm a ver com restringir um dos direitos mais básicos, o de circulação das pessoas. “Toda medida adotada tem que estar plenamente justificada. São medidas que precisam ser proporcionais, necessárias e temporárias”, argumenta García.

Além disso, a resolução aborda especificidades de grupos historicamente vulneráveis e que, agora, podem vivenciar o piora de suas situações. “Vimos quais podem ser os riscos que as mulheres podem enfrentar nesse contexto, assim como os povos indígenas, a população LGBTI, os afrodescendentes, as pessoas presas, os meninos e meninas adolescentes…”, explica o presidente da CIDH, para quem a principal preocupação e que a pandemia se torne “uma desculpa para que haja uma maior limitação de direitos” na região. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

 

Continue lendo aqui 

+ sobre o tema

Pepsi, o mundo está muito chato mesmo! E isso é maravilhoso

Recentemente a Pepsi lançou o seu novo comercial, trazendo...

Exame de paciente com suspeita de ebola no Brasil dá negativo

O primeiro teste realizado no paciente com suspeita de...

FSM: Senador Paulo Paim abre a jornada de programação do FSM em Canoas

O programa Cantando as Diferenças Sociais, Culturais e Individuais...

para lembrar

Curso de Gênero, Raça e Etnia para Jornalistas

Curso para jornalistas vai preparar profissionais para a cobertura...

Organização “Human Rights Watch” tem várias vagas de trabalho

Human Rights Watch é uma organização de direitos humanos,...

Mulher deveria pedir autorização do marido pra fazer laqueadura?

Norma, ainda válida no Brasil, começa a ser questionada...
spot_imgspot_img

Confira a lista de selecionades para o curso Multimídia e Estética

Foram 101 inscrições de 16 estados diferentes do Brasil. Em uma escolha difícil, a comissão avaliadora selecionou todos os candidatos que estavam aptos, de...

‘Enem dos Concursos’ será aplicado no próximo domingo (5); confira cronograma completo

A prova do Concurso Nacional Unificado (CNU), o chamado 'Enem dos concursos", será aplicada no próximo domingo (05), em 228 municípios. O concurso oferece 6.640 vagas...

Comissão Arns apresenta à ONU relatório com recomendações para resgatar os direitos das mulheres em situação de rua

Na última quarta-feira (24/04), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns, em parceria com o Movimento Nacional...
-+=