Cotas na UEL: Universidade Estadual de Londrina (UEL) aprova desempenho de estudantes cotistas

 

O sistema de reserva de vagas para estudantes negros e oriundos de escolas públicas em vigência na Universidade Estadual de Londrina (UEL) está em discussão nas diversas instâncias da instituição, já que a resolução que estabeleceu essa política prevê que ela vigore por um período de sete anos letivos, contados a partir de 2005. Desse modo, o vestibular de 2012 pode continuar ou não com as cotas.

Os alunos que nos últimos quatro anos ingressaram na UEL por meio dessa política tiveram um desempenho considerado satisfatório pela comissão permanente da universidade que acompanha e avalia sua implementação. “Esses estudantes – diz um relatório da comissão – têm conseguido acompanhar o desenvolvimento dos demais, com médias equivalentes.” Ainda de acordo com o documento, em algumas situações, os estudantes cotistas brancos ou negros, provenientes de escolas públicas, apresentaram desempenho superior ao dos estudantes não cotistas.

Exemplo de desempenho acima da média conseguido por um estudante cotista negro é o de Gilberto da Silva Guizelin (foto anexa), um jovem do interior de São Paulo que ingressou no curso de História da UEL em 2005, depois de ter sido reprovado no vestibular da Universidade Estadual Paulista (UNESP). No decorrer dos quatro anos de sua permanência na graduação, ele foi beneficiado com bolsas de estudo e pesquisa para afrodescendentes que lhe permitiram definir o rumo que tomaria o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), facilitando também o acesso à pós graduação.

Ao se formar, em 2008, Guizelin recebeu a Láurea Acadêmica e foi considerado o Melhor Aluno da UEL de 2008. Ele conta que quando entrou na universidade pelo sistema de cotas ouvia, até mesmo de afrodescendentes, declarações de que aquela era uma nova forma de discriminação, mas diz que não concorda com essa visão: “O sistema de cotas – explica o historiador – não nasceu para ser eterno. Ele foi pensado para diminuir o desequilíbrio entre o número de afrodescendentes e de brancos no ensino superior. Todavia, sete anos é um período muito curto, se levarmos em consideração que o ensino superior no Brasil esta prestes a completar 200 anos, e nesse meio tempo o negro teve o seu direito de cursar uma universidade praticamente inviabilizado”.

Mais informações pelo telefone (43) 3326-2099

+ sobre o tema

Juventude do PSDB não decepciona

Em nota, agremiação paulistana diz que não vai...

Justiça de SP condena homem por racismo no Orkut

Ele teve pena de reclusão transformada em prestação de...

Adversidade na primeira infância e os impactos do racismo na saúde

Desigualdades nos resultados de saúde pública impõem custos humanos...

Cuba rejeita acusações de racismo de líderes negros dos EUA

O Governo de Cuba afirmou nesta sexta-feira que são...

para lembrar

Negritude, sororidade e afro-religiosidade

Analiso aqui dois livros recém-lançados, ambos de escritoras negras:...

Carta de sobrevivente para atirador da Noruega

Jovem de 16 anos publicou mensagem a Anders Breivik...

BA: casos de discriminação racial no Carnaval crescem 64%, diz estudo

O número de casos de agressão relativos à desigualdade...
spot_imgspot_img

Marca de maquiagem é criticada ao vender “tinta preta” para tom mais escuro de base

"De qual lado do meu rosto está a tinta preta e a base Youthforia?". Com cada metade do rosto coberto com um produto preto,...

Aluna é vítima de racismo e gordofobia em jogo de queimada na escola

A família de uma adolescente de 15 anos estudante do 9º ano do Colégio Pódion, na 713 Norte, denunciou um caso de racismo e preconceito sofridos...

Atriz Samara Felippo presta depoimento em delegacia sobre caso de racismo contra filha em escola de SP

A atriz Samara Felippo chegou por volta das 10h desta terça-feira (30) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, no Centro de São Paulo. Assista o...
-+=