A Comissão de direitos humanos do Parlamento da Turquia vai investigar o crescimento do racismo e da islamofobia na Europa, na sequência do duplo atentado de 22 de Julho na Noruega.
De acordo com o presidente da Comissão, Ayhan Sefer Ustun, o Parlamento vai enviar uma delegação para analisar a investigação aos atentados na Noruega e investigar a morte de imigrantes turcos e muçulmanos em prisões europeias.
Uma jovem imigrante turca encontra-se entre as pelo menos 68 vítimas do massacre na ilha de Utoeya (morreram outras oito pessoas num atentado à bomba em Oslo), onde decorria um acampamento de verão das juventudes sociais-democratas.
“Estamos a elaborar um relatório sobre os motivos da crescente hostilidade face aos turcos na Europa e às possíveis medidas que podem ser tomadas para a combater. Vamos reunir-nos com parlamentares europeus e trabalhar em conjunto para eliminar o crescente racismo na Europa”, afirmou em declarações ao diário Today’s Zaman o deputado e membro do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamista moderado, no poder em Ancara).
Na perspetiva de Ustun, este ódio aos imigrantes muçulmanos, e o pretexto utilizado pelo norueguês Anders Behring Breivik para assassinar dezenas de pessoas em Oslo, é devido às políticas migratórias dos governos europeus e da sua excessiva concentração no terrorismo islamista.
“Exageraram tanto nas medidas para proteger os seus países de ataques exteriores (…) e tratando estrangeiros inocentes como agressores em potência, que não foram capazes de ver que estavam a alimentar o racismo”, acrescentou.
Por outro lado, e numa entrevista à agência Anadolu, o ministro turco dos Assuntos Europeus, Egemen Bagis, apelou a todos os “sócios europeus” para colaborar contra o terrorismo e comparou o massacre na Noruega com os ataques da guerrilha separatista do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e quando alguns dos seus militantes garantem asilo político em diversos países nórdicos.
Fonte: Destak pt
