SP: Número de pessoas mortas por PMs de folga é o maior em 10 anos

Nos primeiros sete meses de 2013, policiais militares “sem farda” foram responsáveis por 129 homicídios. Número é 52% maior que o registrado no mesmo período de 2012

 

O número de homicídios cometidos por policiais militares de folga no estado de São Paulo, em 2012, está batendo recordes em relação aos últimos dez anos. Nos primeiros sete meses do ano, PMs de folga foram responsáveis por 129 homicídios dolosos.

Este número representa um aumento de 52% em relação ao mesmo período de 2012, e de 55% em comparação aos primeiros sete meses de 2003. Nos últimos dez anos, apenas em 2011 foram registrados mais de 100 homicídios praticados por PMs de folga nos primeiros sete meses do ano, com 109 casos. Os dados fazem parte de um levantamento, realizado pelo jornal Folha de S.Paulo, com base em dados da corregedoria da Polícia Militar.

Se por um lado o número de homicídios cometidos por PMs de folga cresceu significativamente este ano, por outro, o número de mortes provocadas por policiais em serviço caiu 41%.

Para Samira Bueno, secretária-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a razão do crescimento, no caso dos policiais “sem farda”, está relacionada com o clima de tensão criado entre eles após a série de ataques que vitimou 106 PMs em 2012. “Quando você vê um monte de colegas seus sendo mortos, não pensa duas vezes antes de reagir a um assalto”, declarou ao jornal Folha de S.Paulo.

Entretanto, em 2013, o número de policiais mortos também sofreu uma queda significativa. Até julho deste ano, 28 PMs foram mortos na folga e nove em serviço. Em 2012, foram registrados 42 homicídios de PMs em folga e nove em confrontos.

Já para o comandante da PM, coronel Benedito Meira, o aumento dos homicídios cometidos por policiais “sem farda” está relacionado ao crescimento dos crimes contra o patrimônio. “Essas mortes acontecem em um contexto de aumento de crimes contra o patrimônio. Os policiais são parte da sociedade e, se ela é vítima desses criminosos, nós também somos”, disse Meira em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

 

 

Fonte: Revista Fórum

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