A autora mineira Cidinha da Silva disponibiliza crônica inédita na nova edição de Um Certo Alguém

Trem desgovernado é um texto que integrará seu novo livro, ainda sem título ou data de lançamento. Ela o trouxe na integra para coluna ao refletir sobre sua maior saudade, uma das quatro perguntas feitas na coluna semanal pelos jornalistas do Núcleo de Comunicação da organização. Além de ter mais de uma dezena de livros publicados em diversos idiomas, a escritora é graduada em História, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), presidiu o Geledés – Instituto da Mulher Negra e foi gestora de cultura na Fundação Cultural Palmares

A edição do dia 17 de junho (quinta-feira), da coluna Um Certo Alguém, no site do Itaú Cultural, www.itaucultural.org.br, tem como convidada a escritora Cidinha da Silva. Ela é autora de 17 livros lançados, entre crônicas, contos, ensaios, dramaturgias e literatura infanto juvenil. Um deles, Um Exu em Nova York, recebeu o Prêmio da Biblioteca Nacional, na categoria contos, em 2019. No mesmo ano, o ensaio Explosão Feminista, do qual é co-autora, foi finalista do Jabuti e recebeu o Prêmio Rio Literatura 4ª edição. Nesta entrevista, ela conta aos jornalistas do Núcleo de Comunicação da organização que, vê a si mesma, antes de qualquer outra coisa, como uma mulher negra vivendo em um país racista, duas condições que precedem tudo e são determinantes de todas as outras.

Publicada semanalmente, a coluna Um Certo Alguém é composta por quatro perguntas feitas aos entrevistados: qual é a história de sua maior saudade? o que o emociona no dia a dia? como você se imagina no amanhã? e quem é? Elas abordam passado presente e futuro, de forma a aproximar, a cada nova edição, público e personalidades do meio da arte e da cultura.

“Saudade é um troço duro de sentir, talvez por isso eu tenha poucas”, conta Maria Aparecida da Silva. Logo, ela emenda este pensamento a uma memória da juventude, repleta de sensações, de quando participava de um programa musical, no fim da adolescência, chamado Bem Bom no Parque, na capital mineira. “Os shows terminavam no entardecer, quando o céu de Belo Horizonte é ainda mais bonito”, recorda. “Eu e vários amigos e amigas descíamos a pé do parque até o centro da cidade. Passávamos pelas casas riquíssimas do bairro Mangabeiras, pela Praça do Papa, e descíamos toda a Avenida Afonso Pena, cantando, rindo, brincando”, continua, para concluir: “era um período de muito sonho e projetos de futuro.” 

Nessa mesma época, ela, que hoje tem publicações em alemão, catalão, espanhol, francês, inglês e italiano, havia sido recém aprovada no vestibular e ansiava pelo início das aulas na universidade. Na coluna, em resposta a essa pergunta, além de compartilhar suas memórias, a autora disponibilizou na íntegra a crônica Trem desgovernado, que tem como tema a saudade e integra seu próximo livro, ainda sem data de lançamento ou título. 

 “Flores, plantas, música e gente sendo gente boa. Escrever literatura também é algo que me dá muita alegria”, responde ela à pergunta sobre o que a emociona no dia a dia. Ao se imaginar no amanhã, ela diz não ser um exercício constante se projetar no futuro. “Mas me imagino trabalhando menos com coisas que não sejam a literatura, viajando para os lugares que quero conhecer e desfrutando mais a vida”. Por fim, Cidinha da Silva se descreve: “sou filha de Xangô, taurina, tenho humor, busco a alegria, cultivo tecnologias ancestrais de produção de infinitos como minha fonte mais perene de energia e viço.”

Para acessar as edições anteriores de Um Certo Alguém: https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/um-certo-alguem-leia-entrevistas-coluna 

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