B-stylers: a nova tribo no Japão que sonha em ser negra

Um raio-x do estilo que faz adolescentes aderirem a lentes de contato para aumentar os olhos, e salões afro-americanos para conseguir um belo black-power

 POR IGOR ZAHIR

 

Hina, uma das clicadas no projeto da fotógrafa holandesa (Foto: Desiré van den Berg)

Black for Life é o slogan da loja Baby Shoop, em Tóquio, que vende produtos como “um tributo à cultura black: música, moda e estilo de dança”. É assim que a proprietária, Hina, descreveu seu empreendimento para a fotógrafa holandesa Desiré van den Berg, que passou os últimos sete meses viajando pela Ásia. Hina faz parte de uma nova tribo chamada B-Style (originada das palavras Black e Lifestyle), que é tão fissurada pela cultura hip hop norte-americana ao ponto de fazer tudo para parecer a mais afro-americana possível. A seguir, confira mais sobre a nova tendência:

 
Pegando um bronze
Garotas como Hina costumam is a clínicas de bronzeamento artificial para escurecere a pele. Mesmo quando não passam pelas sessões, usam bases escuras. Outra característica estética dos b-stylers é o amor pela música hip-hop e a ida frequente a salões de beleza localizados no gueto de Tóquio para trançar ou escolar o cabelo – tudo para ficar com o penteado mais afro.
 
b-stylers
Mais “B-stylers” da nova cena japonesa (Foto: Desiré van den Berg)
 
De olhos bem abertos
No objetivo de ficar com os olhos maiores do que os puxadinhos orientais, os b-stylers usam lentes de contato coloridas, mais claras do que o castanho, e o resultado é semelhante ao alcançado pelas Garotas de Harajuku, aquelas artistas visuais conhecidas na cultura pop japonesa.
 
img-0136
Eles passam por sessões de bronzeamento artificial para chegarem ao resultado desejado (Foto: Desiré van den Berg)
 
(Con)tradição
Por mais que no Japão o estereótipo dos afro-americanos seja considerado errado, os b-stylers não se importam com isso. Os pais e familiares dessa nova tribo também não se incomodam – quer dizer, alguns acham que seus filhos estão passando apenas por uma fase. Ainda assim, ainda há poucos b-stylers espalhados por Tóquio. Eles encontram-se em eventos pequenos para dançar break, hip-hop ou R&B. Como define a própria fotógrafa responsável pelo ensaio, “não é uma coisa mainstream, e talvez ainda seja pequena demais para chamar de subcultura”.
01
As jovens “B-Stylers” se inspiram totalmente no estilo hip hop afro-americano (Foto: Desiré van den Berg)
 
 
Fonte: Glamur

+ sobre o tema

UA recompensa cientistas africanos

A União Africana (UA) identificou cinco cientistas africanos para...

A literatura engajada do Nobel de Literatura Wole Soyinka

Por: Nahima Maciel Wole Soyinka foi o primeiro e único...

Negros estrangeiros buscam Mama África paulistana

Segundo relatório da Polícia Federal de dezembro de 2013,...

para lembrar

Cheikh Anta Diop

Cheikh Anta Diop, nascido em 29 de dezembro de...

Alemanha: Âncoras Negros no Noticiário

A Alemanha não conta com âncoras negros no noticiário,...

Yaya: “Ninguém quer saber da Costa do Marfim porque somos africanos”

Yaya Touré está furioso por ninguém querer saber da...

Amílcar Cabral o poeta africano

Por que alguém se preocuparia em calar a voz...
spot_imgspot_img

Com verba cortada, universidades federais não pagarão neste mês bolsas e auxílio que sustenta alunos pobres

Diferentes universidades federais têm anunciado nos últimos dias que, após os cortes realizados pelo governo federal na última sexta-feira, não terão dinheiro para pagar...

Exposição com fotos de imigrantes africanos em SP escancara racismo brasileiro

Terminado o genocídio em Ruanda, as tensões políticas se espalharam pelo continente africano, no prenúncio de mais uma crise humanitária, a Segunda Guerra do Congo....

Com perfis do acadêmico ao ativista, empreendedores africanos valorizam raízes na moda

As histórias de empreendedores africanos no Brasil têm origens tão diferentes quanto os países do continente. Em um olhar sobre o setor de moda, encontram-se desde...
-+=