Bloco de Carnaval de ativistas protesta contra alto número de cesáreas

Maternidades particulares do Rio e de São Paulo estiveram lotadas nos últimos dias com cesáreas agendadas para antes do feriado de Carnaval. O Maternar ligou em duas que são referência em São Paulo e ambas foram unânimes em afirmar: não há vagas.

Por GIOVANNA BALOGH, do Maternar 

A mulher que chega em trabalho de parto demora horas para conseguir um quarto após o seu bebê nascer. Mesmo as com cesárea previamente agendadas demoram para conseguir um quarto devido à lotação. “Deixamos as pacientes na enfermaria por um tempo e só quando vaga um quarto elas sobem”. Conforme o  Maternar  já mostrou, o número de cesáreas, assim como de internação na UTI neonatal devido à prematuridade,  é bem maior no pré-feriado do que nas datas comemorativas.

Foi pensando em protestar contra as cesáreas agendadas, que ativistas do parto normal criaram marchinhas de Carnaval com letras como “olha o obstetra da mulher, será que ele é? Será  que ele é? Será que ele é cesarista?”. Pelo segundo ano consecutivo, as mulheres saem as ruas com o chamado Bloco dazÍndias. A idealizadora do bloco, a doula Gisele Leal, diz que o evento é todo organizado pelas redes sociais e que a cada ano tem ganhado mais foliões.

No domingo (8), várias mulheres com seus bebês no colo, gestantes pularam Carnaval na frente de uma maternidade particular do Rio, que tem altas taxas de cesárea.

No sábado agora (14), será a vez do grupo sair em Campinas, no interior de São Paulo. Os foliões vão se concentrar às 13h no café Tico Tico no Fubá, em Barão Geraldo e depois, às 14h, vão se juntar com o Bloco das Caixeirosas. “Além de ser um momento de diversão, levamos também informação pois distribuímos panfletos sobre o parto normal”, diz. No domingo (15), às 10h, a festa será na praça da Liberdade, em Belo Horizonte, em Minas Gerais. Outras capitais também estão organizando a folia entre amigos grávidos ou com bebês pequenos.

 

 

+ sobre o tema

Desigualdades de gênero e raça sobrecarregam mulheres no cuidar

Como em todos os anos, o tema da redação...

Ministra Luiza de Bairros vem ao Tocantins para prestigiar Jogos dos Povos Indígenas

Cerca de 1.400 indígenas de 38 etnias de vários...

Marielle Franco vira símbolo mundial de resistência na Europa. Por quê?

Andando pelas ruas da Alemanha no mês do orgulho...

Senado aprova multa para quem paga salário diferente para mulher

Texto, que agora segue para a Câmara, pretende assegurar...

para lembrar

Taís Araújo sobre os cabelos crespos: “Me apropriei das minhas origens”

Taís Araújo falou sobre assumir os seus cabelos crespos...

O que você faria com mais de R$30 milhões?

Recebemos esse texto e decidimos publicá-lo porque acreditamos que...

Sete mulheres que transformaram a história do jazz

Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Nina Simone… Conheça as trajetórias...
spot_imgspot_img

Sueli Carneiro analisa as raízes do racismo estrutural em aula aberta na FEA-USP

Na tarde da última quarta-feira (18), a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) foi palco de uma...

O combate ao racismo e o papel das mulheres negras

No dia 21 de março de 1960, cerca de 20 mil pessoas negras se encontraram no bairro de Sharpeville, em Joanesburgo, África do Sul,...

Ativistas do mundo participam do Lançamento do Comitê Global da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver

As mulheres negras do Brasil estão se organizando e fortalecendo alianças internacionais para a realização da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem...
-+=