O auditório do Sinpro-Rio ficou lotado na sexta-feira, 13 de julho, para ouvir a escritora Conceição Evaristo. Um ar de encatamento pairou durante o evento da Escola do Professor – Café Literário. Na abertura, a escritora candidata à Academia Brasileira de Letras afirmou que “não nasci rodeada de livros, nasci rodeada de palavras”.
Reprodução/ Sinpro-Rio
De acordo com Conceição, não é preciso fazer parte da classe privilegiada para ser escritora: “Ser escritor é muito mais, é a observação da vida”. A escritora acentuou que a língua é um dos maiores símbolos da nação, ao mesmo tempo em que é uma forma de dominação: “Fulano fala o “economês”, ninguém entende e ele domina o seu campo. A primeira coisa que um colonizador faz é impor a sua língua. Os povos africanos diaspóricos perderam de imediato a sua matriz linguística”. Conceição lembrou que a dominação no Brasil se deu ainda, por exemplo, com o aniquilamento de mais de 100 idiomas indígenas”.
Reprodução/ Sinpro-Rio
Sobre as escritoras negras, Conceição declarou que publicar é necessário: “Mulheres negras precisam escrever muito mais do, pois só quem arreda a pedra de cima de seus pés é que sabe do peso que está sofrendo”.
O Sinpro-Rio apoia a candidatura de Conceição Evaristo à Academia Brasileira de Letras.
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