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    Ronda Maria da Penha, em Salvador, auxilia mulheres vítimas de violência — Foto: Alberto Maraux/ SSP-BA

    Mais de 180 mulheres foram mortas na BA em 2020: ‘É preciso entendimento social para mudar esses dados’, diz pesquisadora

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    Março por Marielle: Instituto lança Agenda Colaborativa com ações que denunciam 3 anos de impunidade

    Carteira de trabalho Foto: Agência O Globo/Jornal Extra

    Mulheres negras trabalham mais que os homens em funções não remuneradas em AL, diz IBGE

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    Bayer lança meta de ter 50% de mulheres em cargo de chefia até 2030

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    58% dos feminicídios são cometidos por companheiro ou ex, mostra pesquisa

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      Se não investir nos jovens, Rio pode criar população improdutiva no futuro

      Reprodução/Small Axe

      ‘Small Axe’ traz resiliência a histórias de racismo que poderiam ser apenas tristes

      Miriam Leitão (Imagem retirada do site Congresso em Foco)

      Um ano depois, a dúvida é sobre nós

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      Aranha reclama de racismo no futebol: ‘Era trocado pelo concorrente branco’

      Parem de nos matar (Portal Geledés)

      Pela afirmação da vida, pela liberdade e contra a brutalidade policial

      Foto: Pedro Kirilos/Riotur

      O Rio de janeiro continua… segregacionista

      Ashanti: nossa pretinha/Malê Mirim

      Literatura infantil para incentivar a autoestima em crianças negras

      Imagem: Frazer Harrison/Getty Images

      Globo de Ouro 2021: atores lamentam ausência de negros entre jurados

      O coletivo Lótus Feminismo é provavelmente um dos primeiros grupos a discutir feminismo asiático no Brasil (Foto: Reprodução/Instagram)

      Feminismo asiático: mulheres amarelas lutam contra a erotização e o racismo 

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      Maíra Vida: Advogada, Professora, Conselheira Estadual da OAB BA e Presidenta da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa (Foto: Angelino de Jesus)

      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

      Foto: Deldebbio

      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

      Imagem: Geledes

      Racismo Estrutural – Banco é condenado a indenizar cliente por discriminação racial

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        Espetáculo Negra Palavra | Solano Trindade (Foto: Mariama Prieto)

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        Beth Belisário (Foto: Divulgação)

        Beth Belisário, do bloco Ilú Obá de Min, abre série especial da coluna Um Certo Alguém em sinergia com a Ocupação Chiquinha Gonzaga

        Imagem 1 – Tear e poesia do fotógrafo Fernando Solidade

        Festival de Imagens Periféricas apresenta a multiplicidade cultural de São Paulo através da fotografia

        As mulheres usam a mandioca tradicionalmente para cozinhar e sabem prepará-la de várias maneiras.(Foto: TANIA LIEUW-A-SOE/CEDIDAS)

        As mulheres que cultivam mandioca no Suriname para vendê-la nos Países Baixos

        A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Quarto de Despejo", em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP). (São Paulo (SP), 09.09.1960. (Foto: Acervo UH/Folhapress)

        Carolina Maria de Jesus ganha título de Doutora Honoris Causa da UFRJ

         Instagram/@teresacristinaoficial/Reprodução

        Teresa Cristina, que já era imensa, saiu ainda maior do programa Roda Viva

        Filipe Nyusi agradeceu ao "povo irmão" da China pelo envio das primeiras vacinas contra a covid-19 Foto: HANNIBAL HANSCHKE

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              Discurso da ‘passividade’ do negro brasileiro é artimanha de ideologia racista

              Resistência ao racismo também pode ser feita no âmbito das lutas institucionais

              11/06/2020
              em Questão Racial
              6 min.

              Fonte: Por Serge Katz e Silvio Almeida, da Folha de São Paulo
              Pessoas deitam no chão em protesto contra a violência policial, no Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

              Pessoas deitam no chão em protesto contra a violência policial, no Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

              Quando Ta-Nehisi Coates, autor do livro “Entre o Mundo e Eu” (ed. Objetiva), decidiu imigrar para a França com o objetivo de escapar à polêmica que seu livro tinha provocado nos Estados Unidos por confrontar o racismo de maneira muito direta, ele estava longe de suspeitar que se depararia com outra forma de racismo, menos evidente, mas igualmente devastadora.

              Ao ser entrevistado por uma dezena de jornais franceses, além de emissoras de rádios e televisão, Coates percebeu que havia pouca diversidade entre os jornalistas que os meios de comunicação enviavam para entrevistá-lo, o que o levou a perguntar a uma jornalista se na França não havia jornalistas negros ou de origem árabe. A jornalista não encontrou uma resposta. O que esta história nos revela é que o racismo se manifesta de maneira diferente a depender do contexto social de cada país.

              Ainda que seja um fenômeno mundial atrelado à formação do mundo moderno e ao colonialismo, o racismo é uma construção social cuja exata compreensão depende da análise de aspectos históricos e políticos. Com isso, se quer afirmar que cada país tem uma experiência única com o racismo, o que se deve a diferentes aspectos econômicos, políticos e culturais presentes na formação social de cada um deles. Essas diferenças no modo com que o racismo se manifesta geram, por consequência, diferentes formas de resistência por parte dos grupos sociais sistematicamente discriminados.

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              As manifestações em Minneapolis, nos Estados Unidos, depois da morte de um homem negro vítima da violência policial, ressuscitaram um antigo debate que podemos resumir da seguinte maneira: o negro brasileiro é passivo? Por que ele não reage ao racismo? Esta pergunta também foi acompanhada de uma série de comparações entre a população negra do Brasil, dos Estados Unidos, da França e da África do Sul.

              Na comparação, muitas pessoas afirmaram que, ao contrários dos negros brasileiros, estadunidenses, franceses e sul-africanos não hesitam em tomar iniciativas defensivas ao adotarem a ação direta e violenta contra o racismo. Em texto publicado na Folha, um colunista chegou a afirmar que o negro brasileiro, ao contrário do negro na França, na África do Sul ou nos Estados Unidos, não se enxerga como povo.

              Esse pensamento carrega vários equívocos, dentre os quais erros de análise e, paradoxalmente, uma absorção, muitas vezes involuntária, de um discurso gerado pela dinâmica do racismo no Brasil. Os repertórios de ação, de acordo com uma vasta literatura especializada que vai de Alain Touraine e Sidney Tarrow até Alberto Melucci, não podem ser compreendidos de acordo com uma hierarquização moral das escolhas que os atores coletivos e os movimentos sociais fazem. Tampouco sua eficácia se mede pela sua capacidade de serem capturadas pelo discurso midiático. São fenômenos cujos efeitos se medem no longo prazo e que se ligam à natureza estrutural do racismo.

              Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que não adotar a ação direta como modo privilegiado de ação contestatória não significa que outros repertórios de ação não serão adotados ou que não foram adotados. O racismo é estrutural, mas a resistência ao racismo também pode ser feita no âmbito das lutas institucionais. Como, por exemplo, analisar a política de cotas raciais e sociais senão como resultado de lutas do movimento negro? Como não considerar a adoção da autodeclaração racial como modo de definição da identidade individual, usada até mesmo para concursos públicos e estatísticas do IBGE, senão como uma conquista das lutas raciais promovidas pelo movimento negro brasileiro?

              O fato é que a absorção das demandas do movimento negro pelas instituições absorve também a violência com que o movimento negro teve que se deparar ao fazer reivindicações. Mesmo tais conquistas institucionais, como é o caso da ação afirmativa, foram precedidas de confrontos políticos violentos e forte repressão por parte de autoridades estatais, algo que pode ser observado, de maneiras distintas, na experiência de todos os países mencionados.

              O racismo também se manifesta como violência cognitiva, como eliminação de formas diversas de pensar, como epistemicídio. Por isso, a luta antirracista também se desenvolve no campo da cultura. No Brasil, há um longo histórico de repressão às práticas culturais afro-brasileiras, como é o caso das religiões de matriz africana. A manutenção das práticas culturais ligadas ao negro brasileiro é um índice importantíssimo na luta contra o que Frantz Fanon denominou de “racismo cultural”, que nada mais é do que a naturalização da subalternidade de negros no imaginário social.

              A violência descomunal do Estado brasileiro também deve ser analisada. O Brasil é um país mundialmente reconhecido pela violência das polícias que é chancelada pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. Fazer uma comparação justa seria olhar para os índices de letalidade policial. No ano passado, a polícia dos EUA matou 1.094 pessoas negras. Só no Brasil, a polícia teve participação na morte de 5.804 pessoas.

              Em segundo lugar, considerar que os negros na França se enxergam como um povo é outro equívoco grave que não toma em consideração a formação da “citoyenneté” [cidadania] na França, sua história colonial e menos ainda as recentes transformações ocorridas nesse país. Vale ressaltar que a cidadania na França é responsabilidade da chamada “École de la République” cuja tarefa é transmitir valores, saberes e práticas relacionados com a solidariedade, o viver-em-comum ou a tolerância, mas, sobretudo, com o civismo. Neste momento, pode ser de grande valia analisarmos brevemente alguns tipos de cidadania que indicam bastante a maneira como os negros tenderão a se enxergar dentro de uma determinada comunidade nacional. Também vale ressaltar que o conceito de cidadania é sujeito a muitas mutações.

              Tomemos apenas alguns exemplos emblemáticos, os mesmos citados no livro “Cidadania Insurgente” (ed. Companhia das Letras), de James Holston. São eles, o modelo de cidadania a) francesa: includente igualitária, b) norte-americana: restritivamente igualitária, e, por fim, c) a brasileira: includentemente desigual.

              De acordo com Holston, a herança da igualdade universal inscrita na noção de cidadania vem da revolução na concepção filosófica da cidadania francesa. Essa ideia dificultava a justificação da exclusão de qualquer comunidade ou grupo étnico marginalizado. Contudo, uma contrapartida era exigida aos cidadãos franceses —a apresentação de um juramento cívico. O condicionante para obter a cidadania francesa era uma demonstração de lealdade: juramento cívico, uma socialização aos valores da República —e nisto a “École de la Repúblique” desempenhou um papel importante— e finalmente adoção de hábitos culturais nacionais.

              Também vale reforçar que o fato de a escravidão enquanto sistema econômico e político não ter existido dentro do território hexagonal francês torna a percepção do debate racial ainda mais difícil. A França teve uma longa história colonial, mas ela se deu em outros continentes, ao contrário dos Estados Unidos e do Brasil, que tiverem em seu solo a experiência racial do sistema escravocrata.

              Ainda no mesmo livro, Holston atenta para as questões fundamentais da cidadania norte-americana tal como ela é organizada naquele país. Primeiramente é inevitável pensar na questão racial como um elemento central da cidadania nos Estados Unidos, onde historicamente se praticou uma exclusão seletiva que visava eliminar da equação político-social índios, escravos e negros livres.

              Diferentes argumentos eram utilizados para justificar a desqualificação de parte da população. Sobre os índios, por exemplo, argumentava-se que eles eram inferiores mentalmente; ou incapacitados “que requeriam tutela e não cidadania”. Ou então justificavam que eles pertenciam a outra jurisdição soberana; a de suas tribos. Legalmente, estas eram reconhecidas com certo grau de soberania e autonomia, de modo que se garantia para elas a obediência de seus súditos. Desse modo, o Estado americano guardava para si a prerrogativa legal de considerá-los como não cidadãos —pois já tinham outra cidadania dentro do território: “soberania tribal” e “autonomia cultural indígena” significam então exclusão da cidadania completa nos Estados Unidos.

              Nota-se que a exclusão americana por motivos raciais criou o efeito contrário ao desejado na França, ou seja, uma nação multiétnica, com diversas “nações” dentro da nação. Uma nova trajetória da noção de cidadania começou a ser desenhada na França, cujo sintoma é o lançamento em 1995 do filme de Mathieu Kassovitz “O Ódio”. Mais tarde, no meado da década de 2000, o levante da comuna popular Clichy-sous-Bois confirmou essa tendência.

              Já na década seguinte, o movimento surgido nos Estados Unidos Black Lives Matter começou a ter ressonâncias nos recentes movimentos dos grupos racializados da França, que também se mobilizaram contra a violência policial no caso emblemático do assassinato do jovem Adama Traoré.

              Em definitivo, erigir o modelo francês como sendo superior ao movimento negro brasileiro é um equívoco conceitual e histórico. Nos fatos, a tomada de consciência racial na França foi muito mais tardia que no Brasil.

              O discurso da “passividade” do negro brasileiro é uma das artimanhas do discurso ideológico racista que toma forma no Brasil. Serve tão somente para legitimar um Estado repressor, erigido sobre uma sociedade autoritária e racista e que encobre as suas enormes fissuras e divisões, ocultando uma história secular de resistência de luta contra a perversidade do racismo.

               


              Serge Katz é sociólogo e pesquisa a influência do ativismo digital na democratização da África francófona.

              Silvio Almeida é doutor em filosofia e teoria geral do direito, professor na FGV e no Mackenzie e CEO do Instituto Luiz Gama. Atualmente, é professor visitante na Universidade de Duke.

              Tags: Questão RacialSilvio Almeida
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              • #Repost @amnboficial • • • • • • Março chegou! E com ele, o nosso Março de Lutas! O Março de Lutas é uma agenda coletiva para reafirmar a resistência negra no Brasil. O objetivo é que as mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências e viabilizar denúncias que fortaleçam o enfrentamento ao racismo, ao patriarcado, sexismo e LBTfobia que impactam a vida das pessoas negras, especialmente as mulheres. #MarçodeLutas é a forma de celebrar o legado dos homens e mulheres negras que morreram lutando pela humanidade, cidadania e direitos reconhecidos e assegurados para a população negra. É uma ação que vai reafirmar a denúncia contra as violações de direitos humanos protagonizadas pelo Estado brasileiro, bem como, visa reforçar os debates sobre a importância da vida das mulheres negras no que diz respeito ao enfrentamento a violência doméstica, o feminicídio, o racismo religioso e a violência política política intensificadas pelo contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil. Acesse o nosso site: amnb.org.br/marcodelutas
              • A coluna Um Certo Alguém, do site do Itaú Cultural (@itaucultural) , abre o mês de março com uma série de cinco edições que tem como convidadas artistas que narram textos da dramaturga Maria Shu na Ocupação Chiquinha Gonzaga, em cartaz na organização. No dia 4, quinta-feira, a estreia acontece com a participação de Beth Belisário, presidente do Bloco Afro Ilú Obá de Min, sediado na capital paulista, fundado por ela e a também percussionista Adriana Aragão.
              • #Repost @midianinja • • • • • @portalgeledes e @midianinja divulgam Retratos da Pandemia Série traz histórias de como os moradores das periferias estão enfrentando a batalha contra a covid-19. São relatos que capturam a humanização do cuidado, a solidariedade e a organização nas comunidades em prol dos mais afetados pela doença infecciosa. Video: @mariasylvia.oliveira #retratosdapandemia
              • Para abrir o mês de março, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Ivangilda Bispo dos Santos, que nos convida a pensar sobre as resistências de intelectuais negros à colonização portuguesa em Moçambique. Confira um trecho do artigo do artigo"Reações ao mito da democracia racial no contexto moçambicano (Sec.XX)"."Entre os combatentes ao mito da democracia racial, podemos mencionar, além de Eduardo Mondlane, o gôes Aquino de Bragança e os angolanos Mário Pinto de Andrade e Agostinho Neto. Interessante notar que todas as pessoas africanas mencionadas acima eram consideradas pelo governo colonial “assimiladas” à cultura portuguesa. No entanto, tal enquadramento não lhes garantia a igualdade de oportunidades e de tratamento, fator poderoso para a contestação da situação colonial e da discriminação racial vigente". Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Moçambique #ResistênciaIntelectualNegra #ColonizaçãoPortuguesaEmÁfrica #Antirracismo #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
              • Ela começa mais um dia pensando o que fazer para dar certo na sua independência financeira. Mulher, descendente de índio (avó paterna era índia, Matilde Ana do Espírito Santo – sobrenome católico, como de costume ao catequizá-los) e Assistente Social, formada há 2 anos e meio mas sem oportunidade de exercer a profissão. Tentando entender como funciona a máquina giratória da vida de uma mulher de meio século… É, isso não se aprende na escola…Isso não se aprende com ninguém…A mulher vai vivendo e aprendendo… Leia o Guest Post de Silene Vasconcelos de Farias em wwww.geledes.org.br
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