Pesquisa mostra que cinco civis foram mortos por dia no ano passado
Cinco pessoas morreram, por dia, nas mãos de policiais em 2012. O dado veio de um levantamento feito pelo 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que apontou esse índice como ‘uma inaceitável atuação das polícias brasileiras’. Ainda segundo o estudo, 70% da população de nosso país não confia na polícia. Mas tais números poderiam ser ainda maiores se fossem consideradas, no estudo, as mortes de civis por policiais fora de serviço, nos conhecidos ‘bicos’ de trabalho.
O anuário salienta que os dados são alarmantes, pois, se comparados com os dos Estados Unidos, por exemplo, onde o porte de armas é liberado e a população é 60% maior que a brasileira, atingem níveis muito superiores. Em todo ano passado, 410 pessoas foram mortas por policiais nos EUA. Talvez esses números comparativos expliquem o porquê da resposta obtida no Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), segundo a qual 70,1% da população ouvida declarou não confiar na polícia. Entre os primeiros semestres de 2012 e 2013, diz o estudo, esse percentual cresceu 14%. Cabe ressaltar que os dados de 2013 – com o recente caso do pedreiro Amarildo, torturado e morto na favela da Rocinha por policiais da Polícia Pacificadora no Rio de Janeiro (UPP), e dos jovens Douglas e Jean, mortos por policiais na zona norte de São Paulo – não entraram nessa estatística.
Já a taxa de homicídios dolosos – quando há intenção de matar – cresceu 7,8% no Brasil, entre 2011 e 2012. As capitais que registraram o maior índice de crescimento foram Ceará com 32%, Goiás 28,4%, Acre 24,2% e Sergipe 18,5%.
Crescimento de estupros no país
A pesquisa também apontou o aumento de estupros no país, com 26,1 ocorrências por 100 mil habitantes. Segundo o levantamento, são 50.617 estupros cometidos no Brasil. A taxa ultrapassou a de homicídios, que registrou 24,3 por 100 mil habitantes. Em São Paulo, esse índice subiu 23%. No Rio de Janeiro, 24%, No estado da Bahia, 20,8%.
Investimento cresce junto com a violência
O aumento dessa violência, contudo, não se justifica se comparado com maior investimento no setor de segurança que, no ano 2012, teve um aumento de 16% em relação ao ano de 2011.