João Jorge diz na CMS que chegou a hora de eleger um prefeito negro

Solenidade que homenageou dirigente e cantor do Olodum foi politizada

Por Tasso Franco, do Bahia Já 

João Jorge e Lazinho são homenageados na CMS (Foto: BJÁ)

Ao receber a comenda 2 de Julho na Câmara de Vereadores de Salvador sugestão do vereador Luis Carlos Suica (PT) aprovada pela Casa por unanimidade, o presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, 63, disse que a capital baiana “tem que eleger um prefeito negro”. Destacou que não se trata de um contra-racismo ou desejo pessoal, mas, uma constatação de uma localidade onde a “maioria é dominada pela minoria”.

Em fala politizada com lembranças da história de lutas do Olodum, batalhas no sentido amplo contra o racismo e de afirmação da nagritude na cidade do Salvador, iniciada há 40 anos numa área dominada pela prostituição no centro histório, João Jorge lembrou alguns episódios, sua trajetória pessoal, sofrida, batalhada, na rua do Bispo, e salientou: “Eu tinha que dar uma contribuição a minha cidade”.

Citou a figura de Pedro Arcanjo de um dos romances de Jorge Amado (Tenda dos Milagres) na luta contra a elite dominante na Faculdade de Medicina da Bahia e disparou que, na vida real, de fato o “Pelourinho era um dos maiores guetos da América Latina”. Situou que, em tese, era também um dos “Arcanjos” do Pelô e salientou os 40 anos de lutas do Olodum quando muitos dizem que “não iríamos a lugar algum”.

“E fomos e trouxemos Michael Jackson e cantamos a Tanzânia, Cuba, a Etiópia e a Bahia. A música Faraó foi executada em milhares de cidades mundo afora. E o Olodum foi ao reino dos Axantes, a Gahna, o Olodum anda pelo mundo e é o maior representantes da cultura brasileira no exterior”, frisou.

Para João Jorge, agora é a hora da guerra, de conquistar o poder em Salvador. “Não significa uma guerra de matar, mas, uma guerra de civilização, pois, o Olodum é um raio de luz”.

 

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