Laerte, à esquerda, foi confundido por fã de Nicole Bahls com Geraldo Thomas (direita).
Na tarde desta sexta-feira, o cartunista Laerte foi assediado por um homem enquanto estava em uma banca de revistas no bairro da Vila Madalena, São Paulo. Nivald Ignóbel Aquino abordou Laerte com gritos, levantou a saia que ele vestia e apalpou suas partes íntimas. O cartunista, que é cross-dresser assumido, reagiu empurrando o agressor, que foi contido por um segurança até a chegada de uma viatura da PM.
O caso acabou sendo registrado na 84ª Delegacia de Polícia da capital paulista, onde Nivald declarou ser fã da panicat Nicole Bahls e ter confundido Laerte com o diretor de teatro Gerald Thomas, com quem realmente desejava tirar satisfações. “Pensei que era aquele brocha que ninguém sabe quem é e, mesmo assim, pensa que todo mundo quer dar para ele. Só fui perceber meu erro quando ele (Laerte) me chamou de sexista estúpido ao invés de esbravejar que brasileiro é uma merda e que revoluções já haviam sido feitas na Europa por muito menos que isso”, declarou Nivald em depoimento.
Na noite desta quarta-feira, durante o lançamento de seu livro “Arranhando a Superfície”, Gerald Thomas colocou a mão dentro do vestido de Nicole Bahls após responder uma pergunta da apresentadora dizendo que gostaria “de fazer um filho nela”.
Procurado pela reportagem, Laerte disse que todo episódio foi só um susto e que tudo teria ficado bem após os esclarecimentos na delegacia. “Ele reconheceu o erro. Falou que a confusão tinha sido burrice dele porque até estranhou, quando me viu melhor, que tinha me achado uma gracinha. Só não entendo motivo do caso do Geraldo não ter acabado do mesmo jeito. Se fosse comigo, fazia ele se explicar, com todo aquele jeito afetado, pro delegado… Só para ver se ele para de se achar melhor que os outros, de se ver como esse gênio incompreendido pelo brasileiro. Porque, na verdade, todo mundo sabe e vê o que tem na cabeça dele: pura merda”, comentou o cartunista.
A cultura do estupro gritando – e ninguém ouve
‘Mulher não é um objeto. Mas não deveria se apresentar como tal’, diz Gerald Thomas
Fonte: Diário Pernambucano