Lula sanciona lei que protege mulheres de violência em bares e shows

Lei não se aplica a cultos nem outros eventos de natureza religiosa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que cria o protocolo Não é Não, mecanismo de combate ao constrangimento e à violência praticada contra mulheres em ambientes como casas noturnas, boates, bares, restaurantes, espetáculos musicais e demais locais fechados ou shows onde haja venda de bebidas alcoólicas.

lei 14.786, no entanto, “não se aplica a cultos nem a outros eventos realizados em locais de natureza religiosa”.

A nova legislação detalha alguns dos direitos das mulheres nesses ambientes, e deveres do estabelecimento. Entre eles está o de as mulheres serem imediatamente afastadas e protegidas do agressor, e de serem acompanhadas por pessoa de sua escolha tanto enquanto estiver no estabelecimento como para se dirigirem até seu transporte, caso queiram deixar o local. Estabelece também que caberá à mulher definir se sofreu “constrangimento ou violência”.

Estabelecimentos

Com relação aos deveres dos estabelecimentos, está o de assegurar que haja, na equipe de funcionários, pelo menos uma pessoa qualificada para atender ao protocolo “Não é Não”; e manter em locais visíveis informação sobre a forma de acionar o protocolo, bem como os telefones da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher – o Ligue 180.

Também caberá ao estabelecimento certificar-se com a vítima se ela está passando por situação de constrangimento (qualquer insistência física ou verbal por ela sofrida, após manifestada discordância com a interação) e, se for o caso, adotar medidas para preservar a dignidade e a integridade física e psicológica da mulher.

Havendo indícios de violência (situações em que o uso da força tenha como resultado lesão, morte ou dano), o estabelecimento deverá proteger a mulher, afastá-la do agressor, colaborar para a identificação de possíveis testemunhas, acionar autoridades de segurança e isolar o local onde haja vestígios da violência. Caso haja sistema de câmeras de segurança, garantir acesso das autoridades policiais.

O projeto prevê campanhas educativas sobre o protocolo e institui um selo a ser entregue às empresas que cumprirem as medidas, de forma a identificá-las como locais seguros para mulheres.

O poder público manterá e divulgará a lista Local Seguro Para Mulheres com as empresas que possuírem o selo Não é Não – Mulheres Seguras. A nova lei entrará em vigor no prazo de 180 dias.

+ sobre o tema

Atrizes da Globo se juntam para boicotar volta de Zé Mayer à TV

Segundo coluna do Uol, ator acusado de assediar figurinista...

Webinar debate violência de gênero e segurança de mulheres jornalistas

Resolução aprovada pela ONU para promover a segurança de...

A cada dia, pelo menos 18 meninas são estupradas no Brasil

Principal causa da gravidez precoce, o estupro está relacionado...

Técnica de enfermagem é morta por ex com mais de 50 facadas na frente da filha

Vítima foi atacada quando buscava dinheiro da escola da...

para lembrar

Câmara aprova registro de violência contra a mulher em prontuário médico

Os deputados aprovaram hoje (20) projeto de lei que...

Lutador Ronny Jason é suspeito de agredir a irmã com socos e chutes, diz polícia

Irmã do lutador não registrou boletim de ocorrência, mas...
spot_imgspot_img

Ministério da Igualdade Racial lidera ações do governo brasileiro no Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, está na 3a sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU em Genebra, na Suíça, com três principais missões: avançar nos debates...

Governo confirma prorrogação do Desenrola até 20 de maio

O Governo Federal anunciou extensão do prazo para participação no Programa Desenrola Brasil, iniciativa para ajudar pessoas físicas com dívidas a "limpar o nome". Pessoas...

Coisa de mulherzinha

Uma sensação crescente de indignação sobre o significado de ser mulher num país como o nosso tomou conta de mim ao longo de março. No chamado "mês...
-+=