Mês da consciência negra começa com palestra sobre empreendedorismo

A CUT-SP deu início nesta sexta, 4, às atividades do mês da Consciência Negra. Promovido pela secretaria de Combate ao Racismo da central, o evento contou com a presença de sindicalistas, ativistas e empreendedores negros e negras, que apresentaram experiências e reflexões durante palestras realizadas no SindSaúde SP. Também foram homenageados com o troféu João Cândido representantes da luta pelo fim do preconceito e igualdade racial, entre eles o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima (veja relação dos premiados nesta página).

“A questão racial evoluiu muito nos últimos oito anos, inclusive com a criação do Estatuto da Igualdade Racial, ponto de partida para a sociedade aprofundar o debate sobre sua identidade afrodescendente, e as ações afirmativas. Porém é necessário avançar mais, criar uma massa crítica crescente que chegue aos locais de trabalho, às escolas. É papel do movimento sindical, da CUT, propor e estimular esse debate”, destacou Adi, que se mostrou feliz e agradecido com a homenagem, mas enfatizou a importância do envolvimento coletivo.

Durante as palestras, com a participação dos empreendedores Adriana Barbosa (organizadora da Feira Preta), Antonio Pinto e Rafael Pinto (produtores culturais), foram abordados temas como mercado de trabalho e iniciativas em desenvolvimento. Adriana falou sobre sua experiência à frente da Feira, que neste ano completa uma década. “Trabalhamos com as vertentes culturais e de desenvolvimento econômico, abrindo espaço para os empreendedorismo negro”, explicou. A questão da desigualdade no mercado de trabalho também foi destacada por Júlio César Silva Santos, coordenador do coletivo de combate ao Racismo do Sindicato dos Bancários de SP. “Conquistamos a inclusão da cláusula de igualdade de oportunidades na convenção de 2010 e agora queremos a elaboração de um novo mapa da diversidade nos bancos”, adiantou Júlio, que também foi homenageado durante o evento.

Assim como ele, Cláudio Teixeira “Zuza”, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e Elidiney Graça da Silva, da Afuse, consideram gratificante a premiação. “Vem revigorar e fortalecer nossa luta para que todas as pessoas sejam tratadas da mesma forma, independentemente da cor”, destacou “Zuza”. A secretária de combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Aparecida da Silva, que assumiu o posto há cerca de um ano e meio, lembrou que o principal desafio tem sido disseminar a temática em todos os espaços possíveis, inclusive nos sindicatos e locais de trabalho. “Queremos discutir e refletir não só no 20 de novembro, mas todos os dias”, frisou.

Ao final do evento também participaram ativistas internacionais, como os jornalistas Kin Yves, do jornal Haiti Libertè, e Dan Coughin, da revista The Nation, além de Colia Clark, fundadora do Naacp, movimento de defesa dos direitos civis dos anos 60. Eles vieram ao Brasil para ato que será realizado neste sábado na Câmara de SP reivindicando a retirada de tropas militares no Haiti. O mês da Consciência prossegue com atividades como a que será realizada dia 20 em Embu das Artes (SP), quando serão apresentados eventos culturais e serviços para a população.

Premiados

Elidiney Graça da Silva (Afuse), Anatalina Lourenço da Silva (Apeoes), Adão Luiz Carlos (Sinergia), Irene Batista de Paula e Nilza Anézio de Oliveira (Sindsep), Cláudio Teixeira Zuza (Metalúrgicos do ABC), Raimundo Souza Suzart Lima (Fetquim), Benedito Augusto de Oliveira (SindSaúde SP), Adi dos Santos Lima (CUT-SP), Júlio César Silva Santos (Bancários SP), Regina Teodoro (Domésticas de Campinas), Adélia de Oliveira Farias (FAF), Márcia Santos (Metal. Itaquaquecetuba), Odézia Rodrigues (Enfermeiros) ‘Laércio’ (Sindae), José Tavares Gomes (subsede da CUT Campinas), Célia Regina Costa (CNTSS), Miriam Aparecida da Silva (Sinpeem), Evanildo Amâncio (subsede CUT Sorocaba).

Fonte: Cut SP

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