Preconceito – Discriminação Racial e Racismo à Brasileira

imagem: Freepik

Por Tiago Neto da Silva enviado para o Portal Geledés

A ideia preconcebida de preto correndo é ladrão parado é suspeitoestá instituído no imaginário social coletivo da população. Por que o corpo negro é sistematicamente seguido no centro comercial (shopping center)? Estranhamente aquela noção de parecer ser algo que deve ser naturalizado como procedimento comum se instaura. Reconhecemos a existência de preconceito racial no Brasil. Apesar de persistir no senso comum a lógica de paraíso racial. Precisamos afirmar sobre representação negativa da população negra nas telenovelas dos grandes meios de comunicação oligopolizados até aos cinemas. Da literatura nacional ao aos livros didáticos. O estigma, o estereótipo, a hierarquização, a violência simbólica do isso só poder ser coisa de preto”ou na famigerada sentença “preto quando não suja na entrada, suja na saída”. Não irei falar do “preto de alma brancaou do você está denegrindo minha imagem.

A perversidade do racismo à brasileira alcança outros patamares que bem conhecemos. Pois essa realidade situa o corpo negro como aquele elemento africano, afro-brasileiro, afrodescendente no lugar do indesejável, indigno de existir, relegado a invisibilidade é a face genocida da discriminação racial nesse paraíso mestiço. Aliado com a lógica do branqueamento, mas recorde aqui e ali (re)surge a máxima: não somos racistas. Os Racionais MCs, no albúm, Um Raio X do Brasilna música Racistas Otários nos Deixem em Pazjá denunciava de modo assertivo na década de 1990 a falácia do Mito da Democracia Racial representado pela ideia na letra “[…] O Brasil é um país de clima tropical onde as raças se misturam naturalmente E não há preconceito racial. Ha, ha”. O que significa a discriminação racial? Na abordagem policial truculenta. Seria o racismo institucional: o assassinato Cláudia da Silva Ferreira e a tortura – morte – desaparecimento de Amarildo de Souza.

Não há dúvida sobre respeito da existência do preconceito e discriminação racial, do racismo no Brasil. Reconhecemos as tensões nas relações étnicorraciais as consequências para a construção de uma identidade negra positivada resultando, numa autoimagem – autoestima negativa. Daí a nossa resistência na importância de conhecer o Movimento Negro para valorização da cultura afro-brasileira e africana, Marielle vive.


** Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do PORTAL GELEDÉS e não representa ideias ou opiniões do veículo. Portal Geledés oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

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