Programa de pesquisa britânico é condenado por racismo contra médicos quenianos

Pesquisadores teriam sido passado para trás em promoções e financiamentos

Seis médicos quenianos foram indenizados em cerca de R$ 700 mil, no total, em compensação por terem tido suas carreiras “empacadas” por “racismo institucional” em um programa de pesquisa em parceria com o Reino Unido, noticiou na terça-feira a revista Nature.

A decisão foi proferida no dia 18 pelo tribunal industrial do Quênia, que considerou que os médicos enfrentaram “discriminação sistemática” enquanto trabalharam no Instituto de Pesquisa Médica do Quênia – Programa de Pesquisa do Wellcome Trust, maior instituição de caridade em saúde do Reino Unido.

Samson Gwer, Michael Mwaniki, Nahashon Thuo, John Wagai, Moses Ndiritu e Albert Komba alegaram que foram passado para trás em promoções e financiamentos do programa, tocado em parceria com a Universidade de Oxford. Os médicos também relataram que não recebiam o devido crédito por sua pesquisa e que eram sucessivamente submetidos a contratos de curto prazo enquanto seus colegas europeus subiam rapidamente os degraus da vida acadêmica.

O instituto acabou sendo a única organização condenada, já que a Universidade de Oxford e o Wellcome Trust não são reconhecidos juridicamente no Quênia.

Entre outras recriminações, a sentença afirma que o instituto “perpetrou práticas de trabalho injustas” ao suspender os pesquisadores quando eles se queixaram, além de estabelecer “condições” para a readmissão dos médicos.

Gwer disse que a decisão prepara o terreno para um exame rigoroso da forma com que as parcerias científicas são administradas entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos.

Fonte: Planeta Ciência

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