Uma em cada quatro mulheres da América Latina e do Caribe sofre violência física

Pesquisa feita pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) indica que 40% das mulheres que vivem na região sofrem violência física. De acordo com os dados, alguns países latino-americanos chegam a apresentar índices de 60% quando o assunto é a violência psicológica sofrida por mulheres. A violência física, segundo o estudo, inclui desde pancadas a agressões mais severas, como ameaças de morte, acompanhadas de forte violência psicológica e, muitas vezes, de abuso sexual.

 

Um total de 45% das mulheres entrevistadas declararam ter sofrido ameaças vindas de parceiros e, entre 5% e 11% afirmaram já ter sofrido violência sexual. O relatório afirma, com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados em 2005, que o Brasil registra índices de violência sexual contra a mulher de 10% em áreas urbanas e de 14% em áreas rurais.

 

Destaques

 

Um dos destaques no país, de acordo com a Cepal, é o primeiro Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que envolve medidas para melhorar e ampliar o atendimento das denúncias feitas pelo telefone 180. A pesquisa ressalta que países como a Colômbia (65,7%) e o Peru (68,2%) superam o índice de 60% de violência psicológica contra mulheres.

 

A Bolívia (39,7%) e o México (37,7%) também apresentam altas taxas, próximas a 40%. Esse tipo de agressão se refere a maus-tratos por meio de insultos, desqualificações e humilhações, além de mecanismos utilizados pelo agressor como controle do tempo, da liberdade e dos contatos sociais da mulher.

 

O relatório afirma ainda que a violência econômica – que ocorre por meio do controle do uso do dinheiro – pode afetar um terço das mulheres na América Latina. Erradicar a violência contra a mulher, segundo a Cepal, deve ser um objetivo central das agendas públicas, uma vez que se trata de um problema de direitos humanos e um obstáculo para o desenvolvimento dos países.

 

O estudo alerta ainda que, apesar de avanços internacionais e nacionais que protegem os direitos da mulher, há sérias deficiências na aplicação dessas normas, na prestação de serviços e no acesso à Justiça pelas vítimas. A Cepal também critica a falta de recursos destinados à prevenção e à erradicação de todas as formas de violência contra a mulher.

Fonte: Agência Brasil

+ sobre o tema

Mulheres apoiam nota de Dilma em crítica à sórdida capa de Veja sobre Marisa

Texto assinado por diversas mulheres do meio político, além...

Conceição Evaristo, por Adriana Graciano

Risky, thought Paul D, very risky. For a used-to-be-slave...

Travesti é jogada de viaduto após ser agredida por homens

De acordo com dados da Transgender Europe em 2015,...

MPE dá parecer favorável à união de casal gay em MT

As mulheres P.M e A.S.C anexaram ao pedido as...

para lembrar

Elza Soares: a voz do feminismo negro representado na canção “Mulher do fim do mundo”

Ninguém esquece: dia 22 de janeiro de 2022 calou-se...

9 razões para ser feminista

"Tornei-me feminista como uma alternativa a ter que me...

O legado de Michelle Obama

Chegou à Casa Branca entre críticas, mas Michelle Obama...

‘Fui raptada enquanto voltava do trabalho e transformada em escrava sexual’

Anna se mudou da Romênia para Londres para estudar, mas ela...
spot_imgspot_img

‘Abuso sexual em abrigos no RS é o que ocorre dentro de casa’, diz ministra

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, considera que a violência sexual registrada contra mulheres nos abrigos que recebem desalojados pelas enchentes no Rio Grande...

ONU cobra Brasil por aborto legal após 12 mil meninas serem mães em 2023

Mais de 12,5 mil meninas entre 8 e 14 anos foram mães em 2023 no Brasil, num espelho da dimensão da violência contra meninas...

Após um ano e meio fechado, Museu da Diversidade Sexual anuncia reabertura para semana da Parada do Orgulho LGBT+ de SP

Depois de ser interditado para reformas por cerca de um ano e meio, o Museu da Diversidade Sexual, no Centro de São Paulo, vai reabrir...
-+=