Ministra Maria do Rosário minimiza rolezinhos e diz que jovens devem ter preservado direito de ir e vir

Maria do Rosário defende os eventos. ‘Não vejo problema que jovens, só porque são da periferia, não possam marcar um encontro’, disse

Por: DEMÉTRIO WEBER

BRASÍLIA – A ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, afirmou nesta segunda-feira que os jovens de periferia podem fazer os chamados rolezinhos em shoppings do país, desde que respeitem a legislação, isto é, que não roubem nem agridam ninguém. Ela disse que o governo federal não planeja chamar líderes dos rolezinhos para discutir o movimento e que cabe às prefeituras lidar com questões locais relacionadas ao funcionamento do comércio.

– Sinceramente, não é possível que se imprima a essa questão uma supervalorização, como se ela estivesse no plano para além do que é uma reunião de pessoas, de jovens, procurando um espaço público que é de livre possibilidade de conviver. Se a gente lidar com isso com tranquilidade, que nós devemos ter diante de todas as questões, eu acredito que esse direito também de ir e vir que essa juventude tem, de frequentar qualquer espaço, deva ser assegurado plenamente.

Maria do Rosário falou sobre o tema após assinar portaria de instalação do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa, na sede da secretaria, em Brasília.

Com relação aos rolezinhos, ela falou que o governo não encara esse tipo de evento como um problema:

– Não é um problema do nível federal, do plano nacional. É uma questão que nós estamos acompanhando como uma disposição da juventude de buscar também o seu direito de conviver em todos os espaços que o país lhe ofereça.

A ministra comparou a iniciativa dos jovens de periferia ao comportamento de jovens da classe média, acrescentando, inclusive, que sua filha gosta de frequentar shoppings:

– Eu diria que o problema às vezes fica do tamanho que a gente cria. Eu simplesmente acredito que, assim como a juventude da classe média gosta de marcar um encontro no shopping, eu não vejo problema que jovens, só porque são da periferia, não possam marcar um encontro. Vamos colocar as coisas no seu devido lugar. Se estiverem fazendo alguma coisa de errado, existe a legislação. Mas se não estiverem fazendo nada de errado. Se não estiverem atacando ninguém, se estão caminhando, é muita preocupação.

Ela afirmou que o país deveria olhar mais para as opções de lazer oferecidas à população da periferia:
– Eu acredito que nós deveríamos nos preocupar muito mais com o que nós oferecemos a esses jovens. Se nós estamos oferecendo praças suficientes, lugares de convivência, políticas para a juventude. Nós temos que nos preocupar com isso, não com o lugar que eles marcam encontro. Minha filha adora um shopping.

Fonte: O Globo

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