A presidente Dilma Rousseff demonstrou preocupação nesta quinta-feira (24) com a ofensiva liderada pela França no Mali ao alertar que não se pode reavivar “antigas tentações coloniais” e que qualquer ação militar precisa ser “submissa” a autorizações do Conselho de Segurança da ONU, com atenção aos civis.
O país africano, de colonização francesa, está mergulhado em caos desde março, quando um golpe derrubou o presidente e deixou um vazio de poder que tem sido explorado por grupos rebeldes, inclusive ligados à rede Al Qaeda.
Uma resolução da ONU autorizou em dezembro o envio de uma força militar comandada por africanos, que estaria pronta para entrar em ação em setembro, mas o governo malinês fez um apelo de ajuda urgente para a França, após o avanço dos rebeldes islâmicos.
A França enviou mais de 2 mil soldados para auxiliar forças do país no combate a grupos terroristas e realizou ataques aéreos.
Dilma, em declaração à imprensa conjunta com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, o belga Herman Van Rompuy, pediu respeito aos direitos humanos:
— O combate ao terrorismo não pode ele mesmo violar os direitos humanos nem reavivar nenhuma das tentações, inclusive as antigas tentações coloniais. É muito preocupante a situação de conflito armado (no Mali)… Defendemos a submissão das ações militares às decisões do Conselho de Segurança da ONU, com atenção à proteção de civis
Os dois representantes da União Europeia, que apoia a ofensiva francesa no país africano, participaram em Brasília da 6a Cúpula Brasil-União Europeia.
A presidente falou ainda da crise humanitária e conflitos na Síria e atribuiu às duas partes responsabilidades, pedindo uma solução por meio do diálogo.
— O Brasil considera que a responsabilidade pelo acirramento do conflito prioritária vem do governo de Damasco, mas também as oposições armadas têm tido uma postura de incremento deste conflito. É fundamental que haja toda uma mobilização internacional para que se encontre e mobilize uma solução através do diálogo.
Dilma disse ainda que a comunidade internacional não pode ficar “indiferente” à situação da Guiné Bissau e reiterou a necessidade de negociação no conflito entre Israel e Palestina.
Fonte: R7