A diretora de uma escola estadual de São Paulo onde dois jovens foram agredidos por policiais militares na noite de ontem pediu afastamento do cargo na manhã de hoje.
Por Ana Carla Bermúdez, do UOL
A mulher ocupava o cargo na condição de diretora designada —quando profissionais da rede estadual, como professores, são chamados a ocupar o cargo de direção sem ter realizado um concurso específico para isso.
Com o pedido de afastamento, ela voltará a ocupar o cargo de professora que tinha antes em outra unidade de ensino da rede estadual.
A confusão teve início dentro da Escola Estadual Emygdio de Barros, no Rio Pequeno, zona oeste da capital, após a PM ter sido acionada pela diretora para retirar um jovem de 18 anos da unidade de ensino.
Segundo a escola, ele não estaria matriculado e se recusava a sair da unidade de ensino. O jovem, por outro lado, sustentava que estava regularmente matriculado.
Nos vídeos, é possível ver um dos rapazes sendo dominado por um policial com uma gravata. Outro aluno é agredido com socos enquanto outro policial, por trás, dá uma rasteira nele, que cai no chão. Ainda caído, ele é chutado.
As imagens mostram também que um dos PMs chegou a apontar uma arma em direção a estudantes que observavam e gravavam a cena.
Ao UOL, a Secretaria estadual de Educação confirmou que o jovem estava, de fato, matriculado na escola, mas que a direção informou que ele não comparecia às aulas. Segundo o órgão, um processo administrativo foi aberto para apurar as responsabilidades pelo ocorrido.