Na abertura do 3º. Fórum Global contra o Racismo e a Discriminação, que começou ontem e vai até sexta-feira 1, no SESC 14 Bis, em São Paulo, Gabriela Ramos, diretora-geral adjunta de Ciências Humanas e Sociais da Unesco, ressaltou os progressos da luta antirracista, mas sublinhou a necessidade em se avançar na tema. A temática deste encontro no Brasil é “Rumo ao avanço: a igualdade racial e a justiça no topo das agendas de desenvolvimento”, que se propõe a debater o impacto do racismo, da homofobia e da discriminação contra mulheres sobre a economia mundial.
Estiveram na abertura do evento Rita de Oliveira, secretária executiva do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Marta Suplicy, secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Epsy Campbell, presidente do Fórum Permanente dos Afrodescendentes, Luana Nascimento, conselheira especial da Fundação Ford, Pedro Abromovay, vice-presidente de Programas da Open Society, Natalia Paiva, diretora executiva do Mover, André Degenszajn, diretor-presidente do Instituto Ibirapitanga e Luiz Galina, diretor regional do Sesc São Paulo.
Neste primeiro dia, o painel “Iguais Perante a Lei: Como o Racismo Ainda Persiste?” contou com a presença de ministras de diferentes países convidadas a apresentar quadros nacionais com exemplos de ações que foram eficazes. A ideia é lançar durante o fórum a Rede UNESCO de Funcionários Anti-Racismo e Anti-Discriminação, que servirá de plataforma para o intercâmbio de experiências e conhecimentos, promovendo a colaboração entre funcionários. O evento também pretende lançar o Panorama Global da UNESCO contra o Racismo e a Discriminação (UNESCO Global Outlook against Racism andDiscrimination), um relatório que apresenta pontos de vista e dados regionais sobre a discriminação racial no campo digital.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a retomada da democracia no Brasil e afirmou que não há melhor lugar para a realização do fórum, uma vez que o País concentra a maior população da diáspora de afrodescendentes no mundo. Anielle Franco falou sobre a relevância sobre o uso de dados das populações afrodescendentes, ideia corroborada por outras representantes de diferentes governos na mesa de debates, entre elas a ministra da Diversidade, Inclusão e Pessoas com Deficiência do Canadá, Kamal Khera, e a representante para Igualdade Racial do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Desirée Cormier Smith que também destacaram dados de seus países em políticas antirracistas.
Já Epsy Campbell, presidente do Fórum de Afrodescendentes da ONU, chamou a atenção para que os tempos mudaram em uma “mesa de mulheres poderosas”, realizando um tributo às ancestrais, inclusive Sueli Carneiro, fundadora do Geledés-Instituto da Mulher Negra. Campbell afirmou que apesar dos avanços no Brasil e no mundo, muito ainda há que se fazer quando nos deparamos com atrocidades contra a população negra, em especial o genocídio contra os jovens negros no Brasil. E sublinhou: “Este é um tempo para se fazer, para transformar”.