Geledés propõe na ONU mudanças complementares no texto da Declaração de Durban

Geledés na ONU, incidencia internacional de Geledés Instituto da Mulher Negra

Propostas apresentadas pela organização são a erradicação da pobreza e o desenvolvimento econômico da população afrodescendente em todo o mundo

Geledés – Instituto da Mulher Negra é a única organização da sociedade civil das Américas a participar da segunda e última parte da 21ª sessão do Grupo de Trabalho Intergovernamental para a efetiva implementação da Declaração e do Programa de Ação de Durban, que acontece entre esta segunda, 20, e sexta-feira, 24, na sede da ONU, em Genebra. 

Este grupo de trabalho foi criado em decorrência da III Conferência Mundial contra o Racismo, com o intuito de monitorar a implementação da Declaração e Programa de Ação de Durban. Para isso, o grupo gera relatórios com instruções para os Estados membros das Nações Unidas implementarem este importante documento. 

Durante a 21ª sessão, está sendo discutido o texto da nova declaração de direitos da população afrodescendente, encomendada pelo Fórum Permanente da População Afrodescendente. Nesta sessão do grupo intergovernamental, a sociedade civil pode fazer uso da palavra em pé de igualdade com as delegações dos Estados membros, sem limite de intervenções, o que é incomum no sistema ONU.

Nesta segunda-feira, os representantes de Geledés, Iradj Eghrari e Gabriel Dantas, propuseram incluir no rascunho de conclusões e recomendações da primeira parte da 21ª sessão do GTI dois objetivos de ação que provêm de Durban e que estavam ausentes no texto original: a erradicação da pobreza e o desenvolvimento econômico da população afrodescendente em todo o mundo. Este texto de recomendações se tornará um documento que irá pautar os Estados membros em seus esforços por implementarem o plano de ação de Durban. 

A sugestão foi corroborada pelos representantes da África do Sul e do Brasil. Como representante do Estado brasileiro nesta sessão está a diplomata Camila Mandel Barros.

Geledés ainda propôs que constasse no documento a necessidade de se promover o devido treinamento em direitos humanos dos integrantes dos sistemas de justiça e segurança pública, de forma a superar as violações de direitos praticadas sobre a população afrodescendente, conduta que foi aceita pelas delegações do Brasil, África do Sul e Nigéria. A delegação do Reino Unido acrescentou que, para haver o devido combate a este tipo deviolência, é necessário que haja o fim da impunidade de quem perpetra tais atos, com proposta de reestruturação destes sistemas.

A 21ª sessão do grupo de trabalho intergovernamental continuará com um aprofundamento da discussão a respeito do texto da nova declaração de direitos da população afrodescendente.

+ sobre o tema

Geledés propõe a criação de um Major Group de Afrodescendentes na ONU

A criação do Major Group de Afrodescendentes na ONU...

Raça e gênero são abordados em documentos da Conferência de Bonn

A participação de Geledés - Instituto da Mulher Negra...

Direitos das mulheres afrodescendentes são reforçados na COP 28 por Geledés

No primeiro dia de participação de Geledés – Instituto...

para lembrar

Geledés participa da 54ª Assembleia Geral da OEA

Com o tema “Integração e Segurança para o Desenvolvimento...

Brasileiros participam de Curso para Defensores e Defensoras de Direitos Humanos na OEA

Três representantes de entidades da sociedade civil brasileiras, entre...

Brasil responde a processo inédito por discriminação racial no trabalho na Corte IDH

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) realizou...

Interseccionalidade de gênero e raça é tema de debate nas Nações Unidas

Entre os dias 10 e 11 de outubro, a Seção de Direitos das Mulheres e Gênero do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos...

Geledés reforça a diplomatas brasileiros em NY ideia de formar Major Group na ONU

Nesta terça-feira, 19, em seu último dia de participação na Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) 2023, que aconteceu em Nova York, Geledés-...

Evento de Geledés propõe avanço da ONU e do G20 na agenda racial

“Foi um encontro de alto nível. Fomos capazes de aglutinar assuntos como diversidade, representatividade, olhando para o G-20 sob a perspectiva dos afrodescendentes”, disse...
-+=