O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou nesta quarta-feira (12) caminhada na Estrada do Itararé, no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. Antes da caminhada, Lula se encontrou com jovens lideranças comunitárias de favelas do Rio e declarou que, num novo governo, fará uma conferência nacional específica para discutir políticas para as favelas.
“Vocês podem ficar certos que vai ter uma conferência nacional dos povos das favelas pra gente decidir as políticas públicas para as favelas. Prometo para vocês que esse país vai mudar e vai mudar para melhor”, disse ele. Lula defendeu que o Estado chegue a esses locais com projetos de saúde, educação, cultura e lazer.
“A única razão pela qual estou sendo candidato outra vez é a crença que tenho de que a gente pode mudar as coisas no Brasil. Precisamos acabar com essa história de que o Estado só participa da comunidade quando manda a polícia. Queremos que a polícia seja apenas um dos componentes. Antes da polícia tem que vir saúde, cultura, educação e melhoria de vida das pessoas”, afirmou.
Lula também criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação às comunidades. “Eu duvido vocês encontrarem uma obra desse presidente aqui no Complexo do Alemão. Eu duvido vocês encontrarem uma obra dele na Rocinha. Eu duvido vocês encontrarem uma obra dele no Rio de Janeiro”, afirmou.
Acompanhado da esposa Janja da Silva e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, Lula ouviu atento a lideranças como Renê Silva, do jornal “A voz das Comunidades”, e Anielle Franco, irmã de Marielle Franco e diretora do instituto que leva o nome da ex-vereadora do Rio de Janeiro, vítima de crime político, cujo mandante segue desconhecido, quase cinco anos depois do crime.
Líderes comunitários
Renê Silva saudou a volta de Lula ao Complexo do Alemão, 11 anos depois da visita à comunidade que recebeu muitas obras no período de Lula na Presidência. Anielle, mestre de cerimônia do encontro, disse que as favelas estão com Lula e o apoiarão no governo, se ganhar as eleições.
Camila Moradia, do Mulheres em ação no Alemão e da comissão de luta por moradias disse que o voto em Lula representa a luta pelo direito à vida, pela educação, pela saúde, pela moradia digna, por emprego, esporte, lazer e cultura, pelo empreendedorismo, contra a fome e de um Brasil para todos, sem preconceito.
Representante da Parada de Lucas, Marcele contou ter feito faculdade por causa das cotas e ter sido também beneficiada pelo Bolsa Família. “Sou fruto de cota racial. Passei pela universidade, pela escola, pelo Bolsa Família. Por isso que seu projeto faz sentido, não é um projeto eleitoral. É um projeto de vida e de existência”, afirmou.
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