Porquê na Grécia e não noutro país europeu? Porque a intolerância aumenta neste país debaixo dos holofotes dos media.
O racismo, o anti-semitismo e o neonazismo não podem ser considerados movimento “naturais”, considera a European Grassroots Antiracist Movement (EGAM), que marcou para 15 de Dezembro uma grande manifestação em Atenas contra estas (e outras) intolerâncias.
Porquê realizar a manifestação na Grécia e não noutro país? Porque também ali o racismo está em expansão. “Considerando a intolerância que se vive actualmente na Grécia, nós, os líderes da sociedade civil, intelectuais, artistas e cidadãos envolvidos na luta política e social, queremos dizer em uníssono: basta”, diz o manifesto do grupo, que é assinado, entre outros, por Benjamin Abtan, presidente do EGAMN, Dario Fo (dramaturgo e Nobel da Literatura), Bernard-Henri Lévy (filósofo), Dimitris Sotiropoulos (professor na Universidade de Atenas) e Angela Scalzo, secretária-geral do SOS Racismo Itália.
Os organizadores consideraram que a Grécia deve ser o palco deste protesto, que se pretende internacional, pois o discurso racista, a negação do Holocausto ou o aumento da violência contra minorias está a aumentar naquele país. E, estando a Grécia debaixo dos holofotes dos media internacionais – devido à crise financeira e social, que não justifica, mas ajuda a fazer crescer a intolerância –, seria Atenas o melhor local para realizar o protesto.
“Vamos ser claros: combater o racismo, o anti-semitismo e o neonazismo na Grécia não significa estar contra a Grécia. Significa combater uma ideologia de ódio que se espalha por todo o continente europeu. Significa estar a lutar pela democracia na Europa. Significa dar a todos, sobretudo aos mais jovens, uma esperança no futuro que é melhor do que o objectivo inacessível do pagamento da dívida”.
A manifestação está marcada para as três da tarde, em frente ao parlamento grego, em Atenas, seguindo-se uma marcha até à Acrópole.
Fonte: Publico