MANIFESTO: Assassinado! Mais um corpo negro assasinado!

Pedro Gonzaga foi brutalmente assassinado no último dia 14, sendo acusado de tentativa de furto no supermercado Extra na Barra da Tijuca.

imagem: Geledés

Os fundamentos da acusação são absurdamente falhos e inconsistente, Pedro estava acompanhado de sua mãe e era portador de transtornos mentais.

E, mesmo, depois de imobilizado Pedro foi estrangulado pelo segurança que a despeito dos gritos e pedidos para que cessasse a agressão continuou o estrangulamento até por fim mata-lo.

Fica o questionamento sobre a criminalização dos nossos corpos e a violência que nos atinge, bastando sermos negros para automaticamente nos considerarem suspeitos em quaisquer espaço que circulamos.

A criminalização da juventude negra é uma cultura que tem executado dezenas dos nossos e legitimado ações arbitrárias sobre nossos corpos.

Em tempos em que o aparelho punitivo do Estado se fortalece e encontra apoio ainda nas camadas populares, percebemos como essa cultura genocida identifica suas vítimas e as executa sem nenhum receio de punição ou responsabilização.

A carne mais barata do mercado não pode ser a carne negra, ter nossos corpos negros como principais alvos de suas reproduções fascistas e genocidas não é mais uma opção.

Precisamos mais que punição do segurança que o executou, necessitamos que essa cultura punitiva e seletiva seja atacada no cerne de suas concepções racistas e desfeita a guerra contra os pobres, pretos e favelados.

Os seguranças e guardas patrimoniais, a polícia militar, precisam de um treinamento humanizado e as empresas precisam ser responsabilizadas.

Vidas negras importam, nossos corpos nos pertecem e nossas vidas merecem respeito e dignidade.

Parem de nos matar!

Assinam esse manifesto:

– Aparelha Luzia
– Agentes Pastorais Negros /APNs.
– Alexandra Loras, jornalista e apresentadora
– Assembleia Popular na Cinelândia
– Assembleia Popular no Largo do Machado
– Bancada Ativista/SP
– Bloco Benze que Da
– Coletivo Fala Akari
– Centro de Tradição Afro Brasileira ( CETRAB ).
– Coletivo de Entidades Negras ( CEN ).
– Coletivo Primavera Negra
– Coletivo Luisa Mahin
– Coletivo Negro Mercedes Baptista – UFF Campos
– Coletivo Papo Reto
– Carioquice Negra
– CEAP
– Criola
– Ceert
– CONEN.
– Carlos Alves – Central de Movimentos Populares
– Caique – Frente Brasil Popular.
– Cultne
– Círculo Palmarino
– Confederação Nacional das Associações de Moradores. CONAM
– Coletivo NegreX
– Coletivo Pretaria – Katiucha Watuze Monteiro Pacheco
– Comissão Popular da Verdade – CPV
– Coletivo Minas da Baixada
– Comissão Estadual da Escravidão Negra no Brasil da OAB RJ;
– Coletivo UBUNTUFF- UFF/Angra
– Confederação Nacional das Associações de Moradores. CONAM
– Coletivo NegreX
– Comissão de Mães, Pais/Responsáveis de Alunos dos Campi São Cristóvão/ Colégio Pedro II
– Coletivo Pretaria – Katiucha Watuze Monteiro Pacheco
– Coletivo CPII Diverso e Democrático: Mães, Pais e Responsáveis do Colégio Pedro II
– Comissão Popular da Verdade – CPV
– Coletivo Minas da Baixada
– Diretoria de Combate ao Racismo da UNE
– Direitoria de Combate da UEE/RJ
– Enegrecer
– EDUCAFRO
– Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
– Fórum Estadual de Mulheres Negras -FEMN RJ
– Filó Filho -Cultne
– Fórum Grita Baixada.
– Favelas pela Vida e Contra Operações.
– FAS- Frente Ampla Suburbana
– Fala Subúrbio
– Frente de Juristas Negras e Negros assina.
– Feira Preta
– FEJUUN
– Fopir – Fórum Permanente pela Igualdade Racial.
– Grupo Cultural AfroReggae
– Geledés Instituto da Mulher Negra
– GRUPO TORTURA NUNCA MAIS.
– Instituto Marielle Franco
– IARA Instituto de Advocacia Racial e Ambiental;
– Institutos de Estudos de Religião – ISER
– Instituto Identidades do Brasil ID_BR
– Instituto Raízes em Movimento
– IPCN-Instituto de Pesquisas das Culturas Negras.
– Instituto Búzios
– Juliana Alves, Atriz
– Jornal Reorganize- Pela Luta Antimanicomial!
– Justiça Global
– Kizomba
– MNU
– Mandata Renata Souza
– Mandata Quilombo de Erica Malunguinho
– Mandata Quilombo Mônica Francisco
– Movimento Popular das Favelas ( MPF ).
– Marcha das Mulheres Negras de São Paulo
– Movimento Moleque
– Movimento Rocinha
– Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe
– Maré Vive
– Notícia Preta
– Niterói sem Manicômios
– Núcleo PSOL – Marielle Franco (da Maré)
– NIREMA
– Observatório de Favelas
– Ocupe Juventude Socialista
– PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul.
– Quilombo Cultural Casa do Nando
– Redes da Maré
– RUA juventude anticapitalista
– REDE QUILOMBAÇÃO.
– Rede de Comunidades e Movimento Contra Violência.
– Uneafro
– União de Negros Pela Liberdade ( UNEGRO ).
– União Brasileira de Mulheres (UBM)
– – União da Juventude Comunista (UJC)
– União de Negras e Negros Pela Igualdade (UNEAFRO)
– Voz das Comunidades
– 342Artes

+ sobre o tema

Educação e cultura: combinação ideal para transformar o país

Além das questões urgentes e estruturais, os novos governos...

A era do reconhecimento

“Entre a esquerda e a direita, continuo preta”. A...

Quatro argumentos utilizados pelos racistas para justificar seu preconceito

“O conceito de beleza é pessoal” e “não se...

Imprensa negra, há 190 anos

Às vésperas de a imprensa negra no Brasil completar...

para lembrar

Dia Internacional da Mulher: o movimento do ponto de vista de mulheres negras

As mulheres negras têm liderado muitas estatísticas no Brasil,...

Racismo no Brasil é comprovado por César Menotti e Altas Horas

O cantor sertanejo César Menotti, ao declarar no programa...

Apenas 34% dos brasileiros confiam na polícia, diz estudo

por: Gustavo Gantois Violência e corporativismo são características mal vistas pela...
spot_imgspot_img

Eu nunca perco

Eu demorei pra entender um determinado incômodo que me tomou da cabeça aos pés na semana passada. Havia um outro sentimento junto, o da...

Mais da metade dos professores já presenciou casos de racismo em sala de aula

Desde o início do ano, quando começou a estudar em uma escola particular de Guarujá, a filha de Michael de Jesus, de 4 anos, contou...

Educação antirracista e o papel do Estado e do terceiro setor

A raça não é apenas uma determinante do modo como os indivíduos são percebidos ou tratados. Não se trata só de preconceitos, sejam eles óbvios, sejam...
-+=