Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Praticantes e adeptos das religiões afro-brasileiras participaram ontem (28) de uma manifestação contra a intolerância e o preconceito religioso no Parque Ibirapuera, na capital paulista. Também uniram-se à chamada Marcha do Axé, pessoas ligadas aos grupos de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (GLBTT) e organizações não governamental (ONG) contra o racismo. A Polícia Militar estima que cerca de 2 mil pessoas participaram da marcha.
Segundo um dos organizadores da marcha, Jorge Scritori, a manifestação é um movimento de conscientização com relação às dificuldades que a comunidade dos praticantes do umbanda e candomblé sofrem com relação à intolerância, ao preconceito e à discriminação. “Queremos trazer uma visão em relação a tudo o que vem acontecendo em todas as comunidades. Hoje se um dos meus filhos manifesta o teor religioso que temos em casa, tem dificuldades. Se há um terreiro pequeno dentro de uma comunidade ou um bairro, há vidros quebrados, entre outras coisas”.
Scritori destacou que, muitas vezes, esse tipo de agressão é impulsionado até por pessoas de outras religiões. Devido a esse comportamento, ele disse que o objetivo é levantar a discussão sobre o preconceito e sobre uma consciência maior do que é religião. “Queremos colocar isso de forma clara para a sociedade. Queremos a inclusão e aceitação do nosso processo. Não exigimos a mesma crença, mas é dever de todos respeitar”, afirmou.
Edição: Fábio Massalli