“Minha cria”, novo single do poeta e compositor Cizinho África. Lançamento, domingo, 12 de agosto, Dia dos Pais

Neste mês de agosto, Cizinho Afreeka volta ao cenário musical com mais um excelente trabalho. O compositor e poeta lança o clipe de seu novo single “Minha cria”, que compôs em homenagem à sua filha mais velha Augusta, de 17 anos de idade.

Por José Reinaldo Marques para o Portal Geledés 

Divulgação

O clipe vai ser lançado, oficialmente, nas plataformas digitais Musicoin e YouTube, no Dia dos Pais, no domingo, 12 de agosto. Cizinho se apresenta também para um pré-lançamento, no sábado, dia 4, durante um evento no Cine Quilombo, no bairro da Glória, Zona Sul do Rio.

“Minha cria” é uma das canções que acompanham o álbum Desakato lírico (com nove poemas musicados do livro homônimo “Desakato lírico”), que Cizinho lança em dezembro deste ano. A gravação da canção conta com as participações especiais dos parceiros Átomo (voz) e Santoz (arranjos).   

Cizinho explica por que escolheu a data do Dia dos Pais para lançar o videoclipe: “A música expressa o sentimento que eu tenho pela minha filha mais velha Augusta, e ao mesmo tempo eu aproveito, com esse videoclipe, para chamar atenção de outros pais negros sobre a responsabilidade que temos com nossos filhos. Essa canção aborda a relação de um pai com a sua cria”, afirma Cizinho AfreeKa.

Essa é a segunda vez que Cizinho AfreeKa usa a música e a poesia para abordar suas relações afetivas com a família. A primeira foi com “Canção para Makeda”, homenagem à sua caçula Makeda Foluke. A canção também está entre as nove faixas do álbum Desakato lírico.

A música é uma arte que Cizinho Afreeka diz que herdou de seu pai Moacyr, que também era compositor. Sobre o processo de criação poética e composição musical ele diz que é um algo muito natural. Ele afirma que os poetas precisam de algumas ferramentas para alcançar mais pessoas. E por isso entende que a música cumpre esse papel, promove esse alcance. E que o apelo audiovisual do videoclipe pode tornar o seu trabalho mais acessível ao público.

“Sabemos que o nosso país não tem muita tradição de leitura, é um hábito que precisa ser incentivado. E a música ajuda nesse processo. Ela chega mais diretamente no ouvido das pessoas, que se abrem mais para a mensagem contida nas letras”, diz o compositor e poeta.

Cizinho Afreeka disse que observa que várias revoluções que aconteceram no mundo foram lideradas por poetas: “A poesia e a literatura trabalham no imaginário do povo, na auto-estima, tornando-se importantes nesse processo de emancipação e de conscientização da imagem que temos sobre nós mesmos. Eu uso a poesia nesse sentido”.

Sobre o autor

Cizinho Afreeka nasceu em 1971, na Cidade de Deus, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Filho de Moacyr Carlos Marcellino da Silva e Ligia Maria Ribeiro da Costa. Com oito anos de idade, foi morar com a família em Campo Grande, onde vive até hoje com a mulher Juh de Paula e a filha pequena Makeda Foluke.

O Afreeka adotado no nome foi inspirado em John Afreeka, líder do MOVE, organização dedicada aos direitos civis, criada nos Estados Unidos, nos anos 70.

O autor diz que a poesia sempre fez parte da sua vida e recorda que começou escrever aos 13 anos de idade, em capas de cadernos escolares. A primeira vez que teve um poema publicado foi no jornal de bairro Ti Ti Ti. “Mas somente aos 24 anos, li um verso meu publicamente”.

 

A influência para escrever poemas veio do pai, que gostava de livros e foi um dos fundadores do Bloco Carnavalesco Garimpeiros, como integrante da ala dos compositores. “Ele escrevia poemas e de alguma forma todo aquele movimento foi por mim absorvido”.

 

Em 2004, Cizinho ingressou como cotista na UERJ para estudar Economia. Em 2005, participou da fundação do Coletivo Denegrir e depois se juntou, também, ao Grupo de Estudos Tornar Ser Negro e Negra, por meio do qual afirma pode “beber da fonte preta, pelas obras de autores e autoras negros. Pude conhecer não só os textos, como pessoalmente muitos intelectuais”.

 

Em 2010, Cizinho participou da criação do “Griotagem – Encontro poético entre pretos e pretas”; um espaço que lhe “proporcionou desenvolver a potencialidade criativa”.

 

Cizinho Afreeka divide a atividade de compositor e poeta, com a de sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. “Ser bombeiro é gratificante, porque é uma profissão que está em contato direto com a vida. E poesia pra mim é pensar a vida, creio que aí deva ser a encruzilhada onde se encontram o meu poema com minha profissão. O Corpo de Bombeiros tem muitos artistas; muita gente boa”.

 

Serviço

Lançamento do clipe “Minha cria”

 

Data: 12 de agosto, domingo, Dia dos Pais

Horário: 14h

Local: plataformas digitais Musicon e YouTube

 


** Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do PORTAL GELEDÉS e não representa ideias ou opiniões do veículo. Portal Geledés oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

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