Levantamento mostra disparidade salarial entre gêneros nos EUA
No O Globo
A desigualdade de salários entre homens e mulheres nos Estados Unidos tem diminuído mais lentamente desde 2001 e, se continuar nesse ritmo, a igualdade de gêneros no mercado de trabalho americano só será alcançada por volta de 2152, segundo um relatório publicado pela American Association of University Women (AAUW).
As mulheres ganham o equivalente a 79,6% do salário dos homens — a melhor performance desde 1960. Críticos dessa métrica argumentam que é preciso levar em conta, porém, a quantidade de horas trabalhadas e a diferença entre as carreiras mais ocupadas por homens e mulheres.
O ceticismo em relação a esse indicador é válido, diz Catherine Hill, vice-presidente de pesquisa da AAUW. Esse número é amplo e leva em conta profissionais com diferentes idades e ocupações. Segundo Catherine, o indicador é interessante para mostrar tendências, como a redução da diferença salarial durante as décadas de 1980 e 1990, “quando as conquistas acadêmicas das mulheres atuaram como um motor”, e a estagnação nos avanços nos últimos 15 anos.
Mesmo após levar em consideração a idade, a ocupação e outros dados, ainda resta uma diferença salarial que não pode ser explicada, diz a professora de Economia de Harvard Claudia Goldin. “Mas”, acrescenta ela, “não sabemos o suficiente para afirmar que uma desigualdade salarial entre gêneros se deve à discriminação”.
Catherine Hill, da AAUW, diz que, após controlar as estatísticas em 11 aspectos que poderiam causar distorções, o relatório conclui que existe uma diferença de 7% nos salários um ano depois que as mulheres se formam na faculdade.
— Isso nos diz que outra coisa está acontecendo — explica ela. — Sim, as escolhas que fazemos têm um peso grande, mas também se trata das escolhas que as pessoas pressupõem que nós faremos, como nos ausentar do mercado de trabalho para criar os filhos ou cuidar de outros familiares.