Gênero: Animação, Ação, Aventura Duração: 1h 39min
Direção: Jeff Rowe, Kyler Spears
Elenco: Hannibal Buress, Rose Byrne, Nicolas Cantu Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos
Entre vários lançamentos no cinema nos últimos meses, posso dizer que me deparar com “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” foi um prazer. O filme não é apenas mais uma das aventuras empolgantes e cheia de ação do quarteto ninja; a película também aborda de forma perspicaz e cuidadosa um tema sempre relevante: o preconceito.
O filme tem um desenvolvimento ágil e envolvente, fazendo com que a nova aventura das tartarugas mutantes não seja “mais do mesmo”, e mergulha de cabeça em questões profundas e conseguindo manter a essência que conquista fãs há quatro décadas.
Ao longo do filme, a história nos confronta com o preconceito que os humanos têm com os mutantes e as diferentes formas como isso os afeta. Ao explorar o tema, a produção nos convida a refletir sobre nossas próprias atitudes e comportamentos quando estamos diante da diversidade. Em um momento em que a diversidade é cada vez mais essencial, o novo filme das Tartarugas Ninja oferta uma mensagem valiosa.
Enquanto mulher negra e jornalista, um dos aspectos que me tocou muito foi a representatividade da personagem April O’Neil. Desde sua estreia na história dos mutantes ninjas em 1984, ela foi representada de variadas formas e profissões. Nesses 40 anos, essa foi a primeira vez que a personagem foi apresentada como uma mulher negra.
Interessante pensar que um dos produtos mais icônicos e consumidos da cultura pop levou todo esse tempo para representar uma das principais personagens aliadas do quarteto ninja como uma mulher negra.
No filme, ela é uma adolescente que sonha ser jornalista e faz desse sonho um dos pontos chave na luta contra o grande vilão da trama. Através do jornalismo, April ajuda os ninjas em várias frentes, inclusive na luta contra o preconceito.
A personagem é uma jornalista valente que se dedica a desvendar a verdade e divulgar as informações corretamente mesmo diante de vários obstáculos, inclusive seus próprios traumas. Enquanto jornalista e mulher negra, foi incrível me ver na tela, reconhecer a adolescente que eu fui, que sonhava em trilhar os caminhos da comunicação e a profissional que me tornei. Espero que outras meninas e mulheres também possam se inspirar na personagem da April e que nós tenhamos cada vez mais representatividade em todos os campos da cultura.
Uma cena para guardar: April na tela do jornal ao lado de outra jornalista negra. Foi incrível assistir!
Por meio da April, o filme traz uma forte representatividade negra, que ressoa naquelas pessoas que também querem seguir os caminhos do jornalismo. A presença da personagem na trama adiciona diversas camadas na história e eleva ainda mais o impacto social da produção.
“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” é uma animação que te prende do início ao fim. Cada cena é muito bem elaborada, mostrando o humor caótico e jovial durante todo o filme. Cada momento é repleto de detalhes que somam para uma obra cativante e, por vezes, bizarra, do universo que os cineastas construíram.
Por fim, o filme é um refresco na cena cinematográfica contemporânea. Por meio das pautas levantadas, o filme apresenta uma visão inspiradora sobre o jornalismo e a importância da representatividade, destacando o mais recente lançamento das tartarugas como uma obra relevante e impactante, mantendo sua essência clássica de Tartarugas Ninja e adicionando novas dimensões à narrativa, tornando o chamativo tanto para os novos quanto para os antigos fãs.