Sérgio Pererê – Serafim

“Para ser universal, basta cantar o seu quintal”. No álbum Serafim, o multiinstrumentista, cantor e compositor, Sérgio Pererê, leva a sério a citação de Tolstói. Ao traduzir, com letras e sons, o seu universo interior, suas mais íntimas vivências e as personagens que as habitam, Pererê faz um retrato de todos nós. Travestido de mensageiro, o artista canta a vida, a morte, o sagrado, a família e o amor.

Serafim, o novo álbum de Sérgio Pererê, pode ser montado por você da maneira que achar melhor. Você pode ter apenas as músicas ou o CD completo, com encarte e letras.

 

Quarto CD solo e o primeiro após a saída do grupo Tambolelê (concretizada em janeiro deste ano), Serafim é uma mistura de ritmos: samba, toada, bossa nova, reggae, blues e soul. Todos aqui se encontram, no entanto, nem sempre facilmente identificáveis, já que algumas faixas contam com arranjos pouco convencionais. Como denominador comum, suas músicas guardam entre si o timbre peculiar de Sérgio Pererê, suas composições marcantes e parcerias musicais especiais.

Em um primeiro momento o álbum será lançado apenas na internet. “O artista independente tem que buscar ferramentas e alternativas para viabilizar o seu trabalho. Escolher lançar o CD primeiro na web, no entanto, não é apenas uma opção econômica. Acredito que, assim, Serafim poderá ser conhecido e consumido por mais pessoas. Posteriormente, não abrirei mão de ter o produto também físico. É um respeito com as pessoas que vão aos shows e querem, ali mesmo, já adquirirem o CD. Acho que as duas plataformas devem e podem conviver. O importante é a música”, diz Pererê.

DANÇANTE, INTIMISTA E UM TRIBUTO AOS MÚSICOS E INTÉRPRETES MINEIROS

Em Serafim, Pererê apresenta uma sonoridade mais acessível ao grande público sem, no entanto, abdicar da complexidade de sua obra. O álbum tem início com a oração “Ofício a Nossa Senhora”, introdução da música “Zé Pereira”, que conta com Daniel Guedes no pandeiro. A faixa seguinte é a belíssima “Serafina”, uma homenagem à mãe do artista, com direito à mensagem cifrada, Mateus Bahiense no vibrafone e Rogério Delayon no violão de aço. Nessa faixa e na faixa bônus, os filhos de Sérgio Pererê, Imane, de seis ans nos, e Rafael, de onze anos, acompanham o pai nos vocais.

O álbum segue com a batida forte de “Anjos e Orixás”, na qual Pererê faz dueto com Pow Mx. Aliás, os duetos são a marca de Serafim. A música seguinte, o gostoso samba tradicional “Brilho Perfeito”, tem Rodrigo Torino nos vocais, violão de 7 cordas e cavaco, além de Juventino Dias no trompete. O álbum retorna à densidade em “A quem quiser me ouvir” – com participação de Mestre Jonas e, no violão e na guitarra semi-acústica, Aloísio Horta – e na, ainda mais intimista, “Fim da Ira”, que tem Augusto Reno no violão.

O clima dançante volta em “Busca da Visão” que traz Marcílio Rosa na guitarra e, novamente, Juventino Dias no trompete e Aloísio Horta no contra-baixo. Horta ainda participa de “Pirocóptero”, que tem parceria vocal com Rodica Blues, da swingada “Química”, que tem Juliana Perdigão no clarone, e em “Riso de Sol”, que conta com a força da voz de Maurício Tizumba e Antônio Loureiro nas marimbas.

O soul apaixonado “Lugar ao Sol” traz Júlia Ribas e, no pandeiro e cuíca, Rogério Sam, que também participa de “Pombinho Branco”. Este samba de quadra de autoria do pai do artista, Santos Abel, é a única composição de Serafim que não pertence a Pererê e traz também Leonardo Brasilino nos trombones.

Serafim conta, ainda, com a música-alerta “Ter”, com Artur Rane no beatboxe, com “Insustentável”, que tem Victor Santana e Brisa Marques nos vocais e Rafael Leite nos congas, batá, xequerê e claves, e com a emocionante “Melhor Momento”, que repete a parceria com Rogério Delayon, responsável pelos violões e guitarra. Sérgio Pererê, que canta em todas as faixas, mostra no álbum também o seu inconteste talento de multiinstrumentista, tocando nada menos do que 22 instrumentos, de copo a guitarra semi-acústica, passando por caxixi, tamá e djembé. Vinte e dois é também o número de músicos e intérpretes mineiros que participam de Serafim, um verdadeiro tributo à música feita no estado.

Serafim by sergioperere

 

 

 

Fonte: Sergio Perere

+ sobre o tema

Por que no meio da dor os negros, dançam, cantam e riem

Por: Leonardo Boff - teólogo, filósofo e escritor ...

Lendário saxofonista Clarence Clemons morre de complicações de um AVC

O lendário saxofonista Clarence Clemons, apelidado pelos fãs de...

Moa do Katendê é revivido em um segundo disco que inclui Russo Passapusso e Margareth Menezes

♪ Além de ter vida e obra celebradas no álbum Raiz...

afrodescendientes en el Censo 2011

La población costarricense esta compuesta por una diversidad...

para lembrar

FIDA doa 1,75 milhão de dólares para afrodescendentes na América Latina

Roma - O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola...

Segundo Nando Cunha: 99,9% dos homens traem

Fernando Cunha , 46 anos, leonino nascido em 19...

Cia Étnica estreia espetáculo inspirado no mito Chica da Silva

No mês em que se comemora a Abolição da...
spot_imgspot_img

Em junho, Djavan fará sua estreia na Praia de Copacabana em show gratuito

O projeto TIM Music Rio, um dos mais conhecidos festivais de música no país, terá como uma de suas atrações, no dia 2 de...

Peres Jepchirchir quebra recorde mundial de maratona

A queniana Peres Jepchirchir quebrou, neste domingo, o recorde mundial feminino da maratona ao vencer a prova em Londres com o tempo de 2h16m16s....

Podcast brasileiro apresenta rap da capital da Guiné Equatorial, local que enfrenta 45 anos de ditadura

Imagina fazer rap de crítica social em uma ditadura, em que o mesmo presidente governa há 45 anos? Esse mesmo presidente censura e repreende...
-+=