Yuri Silva,
O sociólogo Josenildo Sousa, especialista em educação e gestão ambiental, denunciou essa semana ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) um caso de racismo que ele afirma ter sofrido durante processo seletivo na empresa de estacionamentos Wellpark.
Josenildo é rastafari e militante da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen). Ele disputava uma vaga de orientador de trânsito para atuar no Festival de Verão e conta ter sido orientado a raspar os cabelos.
“Fui aprovado na prova escrita e redação, pediram que eu começasse a providenciar documentos e, de repente, me ligaram pedindo que eu fosse à empresa”, contou.
“Orientação superior”
Segundo o sociólogo, os responsáveis pelo setor de recursos humanos da Wellpark elogiaram seu rendimento, mas informaram que, por orientação de superiores, ele deveria raspar os cabelos, caso quisesse ser contratado. “É óbvio que não aceitei. E perdi a vaga”, disse Josenildo.
“Sou trabalhador. Me sinto humilhado e discriminado. Fiquei perplexo. Em que país estamos para não me aceitarem por ser negro?”, indaga.
De acordo com informações da assessoria de comunicação do MP-BA, Josenildo esteve no órgão no dia 29 e foi ouvido pela promotora de Justiça Grace de Menezes Campello no dia seguinte.
Por meio da assessoria, a promotora informou que vai investigar a denúncia, ouvir testemunhas e, posteriormente, decidir quais medidas podem ser tomadas.
A equipe de reportagem de TARDE procurou a diretoria de comunicação da Wellpark na Bahia, que informou estar em reunião e prometeu entrar em contato para responder sobre o caso. Até a publicação desta edição, não houve retorno da empresa.
Fonte: A Tarde