USP, PUC, FGV e Mackenzie: Após violência, manifestantes de SP ganham apoio de instituições

Depois do protesto de anteontem contra o aumento na tarifa do transporte em São Paulo, marcado pela repressão violenta da Polícia Militar, diversas instituições declararam apoio aos manifestantes.

O centro acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do largo São Francisco, da USP, promoveu encontro com estudantes da própria instituição, além de PUC, FGV e Mackenzie, em que decidiram pela criação de um centro de apoio jurídico aos detidos nos protestos.

Eles querem também obter um habeas corpus preventivo coletivo para quem participar de futuras manifestações, como a marcada para a segunda-feira, no largo da Batata, em Pinheiros (zona oeste).

Vinte e um professores da USP também divulgaram abaixo-assinado em que classificam os detidos nos atos como “presos políticos de [Geraldo] Alckmin” e defendem sua liberação. “Um verdadeiro Estado de Direito não pode admitir esse tipo de comportamento.”

Em entrevista à Folha, o diretor da Anistia Internacional para a Europa, John Dalhuisen, criticou práticas adotadas pelos militares no confronto de anteontem. “A polícia não pode, por exemplo, usar gás lacrimogêneo contra a multidão de maneira indiscriminada”, afirmou.

VOLUNTÁRIOS

Vários advogados também se apresentaram voluntariamente para defender detidos nas manifestações.

Um deles, Guilherme Silveira Braga, diz que foram feitos plantões em distritos policiais para auxiliar os presos. O grupo estuda como propor uma ação para responsabilizar o comando da PM por prisões consideradas arbitrárias.

Na internet, foram convocadas manifestações em países da Europa. Outra, convida para a Marcha do Vinagre, em referência a manifestantes detidos por carregar o produto –que alivia efeitos do gás lacrimogêneo.

Ontem, 11 manifestantes que continuavam presos pelo ato de terça foram soltos. Dos 235 detidos anteontem, quatro permaneciam presos até a conclusão desta edição.

 

Berlin e Paris: Manifestações são organizadas na Europa em apoio aos protestos no Brasil

Atos são marcados em 27 cidades no exterior em apoio a protestos no Brasil

 

Fonte: Folha

+ sobre o tema

Jovem baleado durante abordagem de militares na Maré tem a perna amputada

Vitor Santiago Borges, de 19 anos, baleado na madrugada...

A demolição de um templo de candomblé em Brasília e a liberdade religiosa.

Mais uma vez, os adeptos das religiões de matrizes...

Tornar-se negro é libertador

Sempre me surpreendo quando uma pessoa negra afirma que...

para lembrar

Macklemore é acusado de antissemitismo

Rapper usou fantasia que reforçaria estereótipos contra os judeus por REDAÇÃO...

No Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, senadores pedem fim do preconceito

Ao lembrar o Dia Nacional de Combate à Discriminação...

‘Devia ficar preso’, diz jovem xingada de macaca por suspeito de racismo

Metalúrgico teria chamado ainda trio de 'chitas' na terça-feira...
spot_imgspot_img

Esquerda foi punida por política da direita?

O cenário econômico brasileiro foi remodelado pela ampla política de liberalização comercial promovida no início da década de 1990. Tarifas foram drasticamente reduzidas, setores...

Simples assim

Quando comecei a publicar a coluna na Folha, em 2020, algumas pessoas me aconselharam a "diversificar a pauta" e não escrever "só" (ou tanto) sobre questões étnico-raciais....

Escritório deve indenizar advogado vítima de piadas racistas em grupo de WhatsApp

O racismo recreativo consiste em piadas racistas que mascaram a intenção de manter uma estrutura social que menospreza e inferioriza o povo negro. Assim,...
-+=